Agricultura Familiar

Ideia simples e brilhante para a emancipação da agricultura familiar

Programa de aquisição de alimentos para a merenda escolar garante alimento de qualidade para alunos das escolas públicas e traz a agricultura familiar para o mercado formal


Publicado em: 13/08/2014 às 15:00hs

Ideia simples e brilhante para a emancipação da agricultura familiar

As compras governamentais da agricultura familiar para oferecer alimento de qualidade a escolas e outras instituições públicas é uma ação que transcende o aspecto econômico. Requer o envolvimento de ministérios (Educação, Saúde, Planejamento, Desenvolvimento Agrário), secretarias estaduais e municipais, órgãos de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, serviços de vigilância sanitária e linhas de financiamento adequadas ao setor – enfim, apoio efetivo das autoridades em todas as instâncias. De parte dos produtores, exige organização em associações e cooperativas para garantir escala de abastecimento, qualidade dos produtos e adequação da produção aos hábitos alimentares da população de destino. A soma de tudo isso é o fortalecimento desse setor tão importante para a sociedade brasileira, viabilizando mais de três milhões de pequenas propriedades rurais que, sozinhas, não conseguem superar o estágio da agricultura de subsistência.

Pode parecer muita coisa, mas assim que a roda começa a girar as adaptações vão sendo feitas e, à medida que os resultados aparecem, todo o sistema se aperfeiçoa. Os chamados atravessadores – que compram a preços baixos dos agricultores para vender com grande margem nas cidades – são afastados e o agricultor recebe preços mais justos pelo seu produto. Em escolas rurais, por exemplo, os próprios pais dos alunos muitas vezes são os fornecedores dos alimentos. Com coordenação eficaz, o excesso de produção de determinadas regiões pode ser direcionado para outras mais carentes, ou que enfrentem problemas pontuais de estiagem ou excesso de chuvas, geadas, etc.

A experiência brasileira das compras governamentais já se espalha por outros países e continentes, com o apoio da FAO, como ficou registrado no balanço dos seis primeiros meses do Ano Internacional da Agricultura Familiar, comemorado em 2014. Agora, uma notícia vinda do Paraguai dá conta de que lá o programa está em fase de implementação, com o abastecimento das escolas públicas de alguns distritos para testar o processo. A esperança, por lá, é que o programa se estenda para possibilitar a emancipação dos agricultores familiares e sua integração ao mercado formal, afastando o fantasma da extrema pobreza e insegurança alimentar. O país está empenhado em levar adiante o Programa de Alimentação Escolar no âmbito da “Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome 2025”, com apoio da FAO-Brasil.

Fonte: Globo Rural

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