Publicado em: 08/07/2013 às 11:30hs
Investimento com retorno garantido. Este é o desejo de qualquer empreendedor. No Alto Uruguai os pequenos agricultores familiares conquistaram este patamar e hoje investem na produção de alimentos tendo como retorno a garantia de mercado. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vem beneficiando centenas de produtores rurais do Alto Uruguai, que repassam sua produção para entidades carentes.
A presidente da Cooperfamília, Juraci Zambon, comenta que o PAA começou a ser implantado em 2006, na época era chamado o “PAA Formação de Estoques”, onde o Governo Federal adquiriu uma grande quantidade de feijão para formação de um estoque. Depois ele foi se modificando até atingir o estágio que se encontra atualmente. Este programa consiste na aquisição de alimentos com recursos do Governo Federal em parceria com a Conab onde é adquirida a produção da agricultura familiar, e repassada para famílias em vulnerabilidade social. Esta parceria, em geral, é realizada através de cooperativas dos agricultores.
Parceria rentável
No Alto Uruguai, uma das cooperativas que viabiliza esta modalidade de comercialização de alimentos é a Cooperfamília. Que viabiliza a parceria para aproximadamente 280 agricultores familiares em diversos municípios do Alto Uruguai. “São agricultores familiares que precisam estar de acordo com uma carta de enquadramento, que trabalham com a produção de alimentos e que se enquadram neste modo de comercialização. O Governo Federal repassa o recurso conforme é feita a compra do agricultor, e conforme o agricultor vai fazendo o repasse dos alimentos para as entidades sem fins lucrativos, é feita a liberação do pagamento” explica Juraci.
Além disso, ela destaca que o próprio agricultor entrega na entidade, não há intermediários e é uma relação direta entre o agricultor e a entidade que recebe o alimentos, sendo que o papel da cooperativa é organizar e fiscalizar a comercialização. No Alto Uruguai, cinco entidades são cadastradas para receber os alimentos, mas a tendência é que em um curto prazo aumente este número, pois a cidade de Erechim deve ser inserida neste processo.
Hoje são beneficiadas entidades do município de Gaurama, Viadutos e Jacutinga.
Venda de produtos
Juraci comenta que são adquiridos os mais variados produtos alimentícios produzidos nas propriedades rurais e agroindústrias, “São adquiridos todos os produtos utilizados na alimentação humana. Desde feijão e arroz, verduras até passando por produtos com valor agregado, como massas, derivados de leite e produtos panificados. Portanto algumas agroindústrias também podem ser beneficiadas, desde que se enquadrem dentro das exigências legais” destaca.
Para presidente da Cooperfamília, a principal vantagem ao agricultor é a garantia de venda do seu produto, uma vez que alguns agricultores acabam enfrentando dificuldades para comercializar a produção. “O produtor sabe que durante o período de um ano ele vai ter uma determinada parcela da sua produção com garantia de comercialização. A renovação da parceria acontece sempre em períodos de um ano. Atualmente a cooperativa atua em municípios considerados pequenos. Onde há uma dificuldade maior de fixação do homem no campo. Esta pode ser uma política que viabiliza a permanência do homem no campo” finaliza.
Produção diversificada
O produtor rural Izair da Silva tem 43 anos e se dedica exclusivamente ao plantio de hortigranjeiros há 15 anos. Atualmente com apenas um hectare ele consegue sustentar a esposa e quatro filhos. Ele é um dos beneficiados pelo PAA e comenta que este é um grande incentivo para seguir investindo na sua propriedade. “Eu tenho uma produção básica de hortaliças. Tenho um hectare de terra com uma produção bastante diversificada, exclusivamente dedicada a hortigranjeiros. A minha produção vendo basicamente nas casas da cidade de Jacutinga e estou indo para o segundo ano comercializando através do PAA”, comenta ele.
O agricultor enfatiza que tem grandes vantagens em comercializar pelo PAA. “A vantagem é que a entrega é feita em grandes quantidades. O preço que eu recebo pelo produto é o praticado pelo mercado, com a vantagem que eu não preciso ir em cada casa para fazer a entrega, eu levo uma quantidade maior em um local só. Eu entrego o produto na Assistência Social da prefeitura e na Pastoral da igreja, posteriormente eles repassam para as famílias carentes”, aponta.
Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo
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