Agricultura Familiar

Conservas de dar água na boca

"Eu não troco o sítio pela cidade", afirma Noeli Klasener Giraldi. Nascida e criada na área urbana, Noeli mudou-se para o meio rural depois do casamento com Aristeu Giraldi, há 32 anos


Publicado em: 05/04/2013 às 12:40hs

Conservas de dar água na boca

“Naquela época era complicado trabalhar no campo, o agricultor não tinha vez para nada. Hoje, não. Agora a gente tem apoio e até sente orgulho de dizer que é agricultor.” As mudanças chegaram para a família em forma de políticas públicas. A principal delas foi o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que impulsionou a criação de um negócio de sucesso em casa.

A ideia da agroindústria Produtos Coloniais Klasener veio do sucesso das conservas feitas por Noeli entre conhecidos. O produto que, a princípio, era para consumo da própria família passou a ser vendido para amigos e, depois, na feira local, no município de Capitão Leônidas Marques (PR). Ao perceberem a oportunidade de negócio, os Klasener foram buscar uma forma de viabilizar o empreendimento. “Na época, não tínhamos condições de começar a fazer um investimento assim, de comprar as coisas para montar a agroindústria”, lembra Noeli.

O primeiro recurso veio do Pronaf Mulher, uma linha de financiamento que beneficia atividades desenvolvidas por mulheres rurais. A família também acessou o Pronaf Investimento. Com o crédito, foi possível construir a agroindústria que, hoje, comercializa mais de 15 toneladas de conservas por ano. “O Pronaf tem sido muito bom para nós. As condições de pagamento têm prazo e o juro é baixo. Para quem trabalha com agricultura familiar isso é muito importante”, ressalta.

No sítio de dez hectares, 1,5 hectare é cultivado com verduras para a produção das conservas. Tem pepino, abobrinha, cebola, picles, beterraba, rabanete, enfim “tudo que der retorno no vidro”. O trabalho é todo desenvolvido pela própria família. O filho caçula ajuda os pais na lida diária na propriedade e as três filhas mais velhas, formadas em engenharia de alimentos, ajudam na elaboração dos rótulos e informações nutricionais dos produtos.

Produção

A família antes sobrevivia da venda de verduras em feiras, como milho e feijão. Hoje, continua a comercializar os produtos, mas as conservas passaram a ser a principal fonte de renda. “Nossa vida mudou da água para o vinho. Os produtos são vendidos praticamente todos os dias e não dependemos mais de apenas uma safra por ano. O dinheiro entra durante todo o mês”, conta Noeli. O rendimento médio mensal passou de um para quatro salários mínimos, além de ser contínuo.

Outro mecanismo fundamental para a família é o Selo da Agricultura Familiar (Sipaf), que tem como objetivo identificar a produção da agricultura familiar no Brasil. Mas para Noeli a importância dele vai além. “Você coloca o produto no mercado e o selo já chama a atenção das pessoas”, aponta. Ela conta que já teve vendas garantidas devido à identificação.

Fonte: MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário

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