Publicado em: 13/03/2013 às 13:00hs
A entidade que já é reconhecida na região batalha para ampliar a área de atuação e para conquistar novos mercados consumidores. O segredo do sucesso da entidade, segundo uma das integrantes, Adriana Medina, é união, confiança e coragem.
Com o foco de ação e apoio às artesãs e produtoras rurais, por meio de resgate das técnicas artesanais que fazem parte da cultura local e cursos de capacitação, nasceu a Broto Brasilis. “No inicio o que nos inspirou foi o trabalho de uma associação chamada Mãos Mineiras, em Lima Duarte. Fomos conhecer o trabalho e gostamos. Queríamos formar uma associação para atuar com jovens e educação, mas ficamos entusiasmadas com o trabalho com gênero, mulheres e geração de renda”, conta Adriana.
Ela lembra que um amigo doava retalhos e a ideia era trabalhar apenas com essas peças. Depois, foram ampliando as atividades, utilizando o milho, a taboa e o tear. “Éramos seis mulheres responsáveis pela concepção e pela parte burocrática. Fomos chamando outras pessoas e, em pouco tempo, passamos para 15 integrantes. Hoje, a associação reúne cerca de 30 mulheres de sete bairros rurais de Aiuruoca e do município vizinho de Alagoa.”
De acordo com Adriana, a Broto Brasilis passou a incentivar a organização das mulheres que trabalham com artesanato e quitutes, visando fortalecer suas capacidades de trabalho em grupo, buscando a valorização e resgate da cultura local, a geração de renda e, consequentemente, a fixação de toda a família na área rural.
O trabalho foi estruturado no formato de rede de produtoras, de forma que as mulheres produzam em suas casas e se reúnam uma vez ao mês para exercitar sua condição de produtoras solidárias. Em grupo, programam a produção do mês, repartem as matérias-primas, fazem o balanço das vendas e calculam os preços de cada produto. Para Adriana, tanto a capacitação quanto o trabalho em equipe, criam as bases para que essas mulheres melhorem a autoestima, desenvolvam suas capacidades de trabalhar em equipe, tomem decisões e negociem os próprios interesses.
Dificuldades
A história da entidade também é marcada pela luta para driblar as adversidades. Uma das dificuldades apontadas é quanto à compreensão do trabalho associativo entre as integrantes. “A gente se depara com muitos comportamentos, arraigados, de patrão e empregada, o que acaba nos ocupando demais com o trabalho de gestão, que geralmente é feito de forma voluntária e nem sempre profissional como deveria ser.”
Outra dificuldade é com relação às vendas. “Sempre é complicado encontrar uma pessoa que quer assumir essa função e ampliar para outros locais. Fazemos as vendas de acordo com nossas pernas de produção. Com mais pontos, com certeza, venderíamos mais e as mulheres poderiam produzir mais e ampliar para outras mulheres e bairros.” A Broto Brasilis vende produtos numa loja no Vale do Matutu, em alguns estabelecimentos de São Paulo e de Araraquara. Realiza vendas avulsas também para o Rio de Janeiro.
A integrante conta que o diferencial do artesanato da Broto Brasilis é que ele preserva, ainda hoje, suas características originais, pois as mulheres utilizam o tear mineiro para as colchas de lã de carneiro, que é fiada à mão, a palha de milho para cestas, e o forno de cupim para as quitandas feitas coletivamente.
Parceria com o SENAR
A Broto Brasilis planeja ampliar a atuação, trabalhando com mais famílias, com jovens, em mais bairros e nas áreas educacional e agricultura orgânica e familiar. Para isso, conta com o apoio do SENAR MINAS. “O SENAR nos ajudou bastante por meio de cursos que fez com que nosso trabalho fosse mais reconhecido no município e com outro público: o masculino. Possibilitou a capacitação das mulheres para a produção de doces e quitandas. Acredito que essa parceria com Senar agora pode nos ajudar a formar um novo público de jovens, sensibilizar para a questão associativa e melhorar a produção que já existe.”
Fonte: Assessora de Comunicação SENAR Minas
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