Publicado em: 10/01/2025 às 13:10hs
O setor de suinocultura brasileira encerrou 2024 com um desempenho positivo, apesar da moderação nos preços registrados em dezembro. De acordo com o relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, os spreads, que haviam alcançado altos níveis ao longo do ano, permaneceram elevados no fechamento do ciclo. A boa performance das exportações e o controle nos custos de produção foram fatores-chave para consolidar um ano favorável para a atividade.
Após sete meses consecutivos de alta, com o preço do suíno vivo superando os R$ 10/kg em novembro, os preços cederam ligeiramente em dezembro, com a média de R$ 9,05/kg, uma queda de 8,8% em relação ao mês anterior. Contudo, a cifra ainda representou um aumento de 29% frente a dezembro de 2023, mantendo um spread elevado na engorda do animal, estimado em R$ 320 por cabeça.
As exportações de carne suína, embora apresentando uma leve queda de 1,7% em relação a dezembro de 2023, fecharam o ano com um crescimento de 8,5% no volume total embarcado. O preço médio de exportação, embora tenha caído 0,4% em relação a novembro, alcançou US$ 2.529 por tonelada, um aumento de 13,5% frente ao mesmo mês do ano anterior, marcando um dos maiores patamares dos últimos cinco anos. Esse bom desempenho no preço das exportações contribuiu para um spread de 97% em dezembro, um avanço significativo em comparação com 87% no mês anterior e 39% no mesmo período de 2023.
Para o ano de 2025, as projeções indicam que o ritmo de crescimento da produção suína deverá continuar moderado, com um aumento de até 1%, alcançando 5,25 milhões de toneladas. As exportações também devem crescer, com a previsão de embarque de até 1,37 milhão de toneladas, representando uma elevação de 3,8% sobre 2024.
Embora o início de 2025 possa trazer uma moderação nos spreads devido à possível acomodação nos preços do animal em janeiro, o cenário permanece favorável, com boas perspectivas para as margens de engorda, desde que a produção não se expanda de maneira excessiva. A expectativa de custos controlados e a manutenção das boas exportações podem garantir um ano positivo para o setor, embora seja necessário monitorar possíveis acelerações na produção, como ocorreu em 2020, quando altos spreads foram seguidos de um aumento mais expressivo na oferta.
Em termos globais, a produção de carne suína na China deverá enfrentar uma redução de 2,2% em 2025, segundo o USDA, em função da diminuição do estoque de matrizes e da retração no consumo doméstico. No entanto, isso não deve impactar significativamente as importações chinesas, uma vez que o volume de carne suína importado pelo país se manteve baixo nos últimos anos, caindo de 5,2 milhões de toneladas em 2020 para 1,3 milhão de toneladas em 2024, à medida que a produção local se recupera da Peste Suína Africana.
No curto prazo, o spread pode sofrer uma leve queda, refletindo a demanda mais fraca do início do ano. Contudo, as margens devem permanecer saudáveis, com espaço suficiente para ajustes sem comprometer de forma relevante a rentabilidade do setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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