Suíno

Preços da carne suína recuam em julho com cautela da indústria e concorrência do frango

Setor enfrenta dificuldades no escoamento e queda nas cotações, apesar de ritmo forte nas exportações


Publicado em: 01/08/2025 às 19:30hs

Preços da carne suína recuam em julho com cautela da indústria e concorrência do frango
Indústria adota cautela na compra de animais

O mês de julho registrou queda nos preços da carne suína no Brasil, refletindo um cenário de cautela por parte da indústria na aquisição de animais. De acordo com Allan Maia, analista e consultor da Safras & Mercado, a retração foi motivada por dificuldades no escoamento da carne no atacado.

“Primeiro, houve dificuldades nos repasses de preços, seguidas por uma lentidão maior entre atacado e varejo”, explicou Maia.

Competitividade da carne de frango pressiona o mercado

Outro fator que influenciou negativamente os preços foi a maior competitividade da carne de frango, considerada uma substituta direta da suína. Os valores mais acessíveis do frango reduziram a atratividade da carne suína no mercado doméstico.

Apesar disso, Maia destaca dois pontos positivos: o bom desempenho das exportações brasileiras de carne suína e a estabilidade nos custos com nutrição animal, que apresentaram sinais de acomodação ao longo do mês.

Quedas generalizadas nos preços do suíno vivo e cortes no atacado

Levantamento da Safras & Mercado apontou recuos nos preços do suíno vivo em diversas regiões do país ao longo de julho. A média do Centro-Sul caiu 5,97%, passando de R$ 7,78 para R$ 7,31 por quilo.

  • Cortes de pernil no atacado: recuo de 6,88%, de R$ 13,91 para R$ 12,96
  • Carcaça suína: queda de 7,11%, de R$ 12,66 para R$ 11,76
  • Arroba suína em São Paulo: de R$ 164,00 para R$ 150,00
Preços regionais do suíno vivo

A retração também foi observada em diversas praças regionais:

  • Rio Grande do Sul:
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
    • Interior: R$ 8,20 → R$ 7,60
  • Santa Catarina:
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
    • Interior: R$ 8,10 → R$ 7,50
  • Paraná:
    • Integração: R$ 6,65 (estável)
    • Mercado livre: R$ 8,20 → R$ 7,60
  • Mato Grosso do Sul:
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
  • Campo Grande: R$ 7,80 → R$ 7,25
  • Goiás (Goiânia):
    • R$ 8,30 → R$ 7,40
  • Minas Gerais (interior):
    • Mercado livre: R$ 8,50 → R$ 7,75
    • Independente: R$ 8,70 → R$ 7,90
  • Mato Grosso (Rondonópolis):
    • Integração: R$ 7,05 (estável)
    • Mercado livre: R$ 7,85 → R$ 7,30
Exportações seguem firmes apesar da retração no mercado interno

Mesmo com o cenário doméstico desafiador, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” mantiveram um bom desempenho em julho. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o país exportou:

  • US$ 241,395 milhões (em 19 dias úteis)
  • Média diária: US$ 12,705 milhões
  • Volume total: 91,783 mil toneladas
  • Média diária: 4,830 mil toneladas
  • Preço médio: US$ 2.630,10 por tonelada

Comparando com julho de 2024:

  • Valor médio diário: alta de 1,7%
  • Quantidade média diária: queda de 6,8%
  • Preço médio: aumento de 9,1%

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias