Publicado em: 30/10/2025 às 08:00hs
A imunidade de rebanho é essencial para a saúde e produtividade na suinocultura. Quando grande parte do plantel está protegida, a propagação de doenças é reduzida, diminuindo mortalidade e perdas na produção, além de garantir rentabilidade e sustentabilidade da granja.
Apesar disso, diversos mitos cercam a vacinação e a resposta imune, causando dúvidas entre produtores e profissionais da cadeia suinícola.
Para esclarecer, a médica-veterinária Amanda Daniel, coordenadora técnica da unidade de Suinocultura da MSD Saúde Animal, detalhou 10 pontos comuns de confusão, explicando quais são mitos e quais refletem a realidade científica.
Mito. Os suínos possuem placenta epiteliocorial, sem transferência de anticorpos da mãe para o feto. Ao nascer, os leitões dependem da absorção de colostro nas primeiras horas de vida. Falhas nessa etapa podem aumentar mortalidade neonatal e comprometer respostas vacinais futuras.
Falso. Eventos estressantes como desmame, transporte e manejo inadequado elevam cortisol, suprimindo o sistema imune e prejudicando a produção de anticorpos. Isso diminui a eficácia das vacinas e aumenta a suscetibilidade a infecções.
Mito. Proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais são fundamentais para o desenvolvimento da resposta imune. Deficiências nutricionais prejudicam a imunocompetência e a eficácia vacinal, enquanto dietas balanceadas fortalecem o sistema de defesa do animal.
Não necessariamente. Tecnologias modernas de adjuvantes de liberação lenta e ajuste de potência de antígenos permitiram que vacinas de dose única produzam respostas eficazes. O cumprimento correto do esquema vacinal, conforme bula, continua sendo essencial.
Depende do objetivo imunológico. A via intramuscular estimula principalmente resposta humoral, enquanto a intradérmica favorece a resposta celular e a proteção das mucosas, com ativação rápida das células dendríticas da pele.
Falso. Contenção agressiva aumenta estresse e cortisol, prejudicando a resposta imunológica e elevando erros de aplicação. Técnicas suaves e equipamentos adequados melhoram segurança e eficácia vacinal.
Nem sempre. Combinações não testadas podem gerar incompatibilidades ou reduzir a eficácia. Vacinas conjugadas modernas, com antígenos balanceados e adjuvantes avançados, oferecem maior segurança e praticidade.
Em hipótese alguma. O congelamento ou superaquecimento compromete a integridade dos antígenos, tornando a vacina ineficaz. Lotes danificados devem ser descartados.
Mito. Substitutos fornecem calorias e crescimento, mas não replicam a imunidade complexa do colostro, que inclui anticorpos, células imunes e fatores de crescimento essenciais para maturação intestinal e defesa do leitão.
Falso. Títulos elevados protegem, mas podem inibir a resposta a vacinas administradas precocemente, exigindo ajuste do calendário vacinal. A eficácia vacinal depende ainda de estado nutricional, manejo, estresse e conservação adequada das vacinas.
Para garantir respostas vacinais eficazes, é fundamental combinar boas práticas de vacinação, manejo adequado, nutrição balanceada e ambiente controlado. Com informações corretas, os produtores podem maximizar a saúde do rebanho e a produtividade da granja.
Fonte: Portal do Agronegócio
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