Publicado em: 29/05/2025 às 11:50hs
O mercado de suínos no Brasil manteve-se equilibrado em maio, com preços da carne e do animal firmes no mercado interno. Houve ainda uma leve redução nos custos de produção, principalmente impulsionada pela queda do preço do milho, principal componente da ração, segundo o relatório Agro Mensal da Consultoria Agro do Itaú BBA.
Os preços do suíno vivo em São Paulo apresentaram estabilidade ao longo do mês, mas na média parcial até o dia 20, o animal registrou alta de 2% em relação a abril, chegando a R$ 8,60/kg. Este valor é 27,5% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
Com a queda de aproximadamente 3% no custo da ração, devido à redução do preço do milho, a suinocultura teve alívio nos gastos. Ao mesmo tempo, o valor do animal subiu 2%, considerando a média ponderada pelos abates na Região Sul e em Minas Gerais. Como resultado, o spread da atividade melhorou cerca de 4 pontos percentuais em comparação a abril, alcançando aproximadamente 24%, o que equivale a cerca de R$ 250 por cabeça terminada.
Dados preliminares do IBGE indicam alta de 1,4% no número de abates no primeiro trimestre de 2025, totalizando 14,3 milhões de cabeças. A produção de carne suína cresceu 1,9% no mesmo período, impulsionada pelo aumento do peso médio das carcaças.
As exportações de carne suína in natura em abril bateram recorde para o mês, com 111 mil toneladas embarcadas, 14% acima de abril de 2024. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o aumento é de 17% frente ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, o spread da exportação caiu para 42%, influenciado pela redução de 0,8% no preço médio de embarque em abril. Essa queda faz parte de uma tendência desde dezembro de 2024, quando o spread estava em 49%, mas ainda permanece acima da média histórica de 39%.
As Filipinas se destacaram como principal mercado, respondendo por 21% do share nas compras no quadrimestre, com um crescimento de 84% no volume adquirido. A China ocupa o segundo lugar, com 15%, mas apresentou queda de 27% nas importações.
O cenário para a suinocultura permanece favorável, apoiado pela tendência de redução dos custos da ração, bom desempenho nas exportações e oferta equilibrada de carne suína. No entanto, a sustentação dos preços está atrelada à possibilidade de flexibilização dos embargos sobre as exportações de carne de frango, decorrentes do surto de gripe aviária.
A expectativa é que os custos da ração continuem a recuar, especialmente com a redução dos riscos de quebra na região do cerrado. Porém, no Sul do país, a previsão de geadas para o final do mês pode gerar perdas pontuais à produção.
O ritmo das exportações deve se manter positivo, com destaque para as vendas à Ásia, especialmente às Filipinas. Com previsões de queda na produção dos principais exportadores globais — União Europeia, Estados Unidos e Canadá — o Brasil está bem posicionado para ampliar sua participação no mercado internacional de carne suína.
A dinâmica do mercado de carne de frango pode influenciar o setor suinícola no curto prazo. Embargos instalados podem reduzir as exportações de frango em junho, aumentando a oferta no mercado interno e pressionando também os preços da carne suína.
Até 23 de maio, não foram identificados novos casos de gripe aviária no Brasil, o que abre a possibilidade de que o país consiga reverter os embargos totais impostos por China, União Europeia e Filipinas, limitando-os apenas ao Rio Grande do Sul. Essa regionalização dos bloqueios ajudaria a minimizar a queda nas exportações e a pressão sobre os preços da carne suína.
Fonte: Portal do Agronegócio
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