Suíno

Indústria suinícola mantém cautela diante de queda nos preços e expectativa de demanda fraca

Indústria opera com prudência diante do cenário no atacado


Publicado em: 23/05/2025 às 18:00hs

Indústria suinícola mantém cautela diante de queda nos preços e expectativa de demanda fraca
Foto: José Fernando Ogura

A indústria de carne suína no Brasil seguiu atuando com cautela nas negociações com o mercado de animais vivos nesta semana. De acordo com o analista Allan Maia, da consultoria Safras & Mercado, o setor está atento ao desempenho dos preços no atacado, que não mostraram sinais de recuperação. O movimento reflete uma postura mais conservadora das empresas diante das condições de mercado.

Demanda enfraquecida pressiona os preços

Maia também destacou que a demanda final pode ser impactada negativamente pelo processo de descapitalização das famílias brasileiras, o que limita o consumo de proteínas como a carne suína. Essa pressão adicional na ponta do consumo ajuda a explicar a tendência de queda nos preços observada nos últimos dias.

Exportações seguem como fator positivo

Apesar do enfraquecimento da demanda interna, o fluxo de exportações de carne suína “in natura” do Brasil permanece aquecido. Esse bom desempenho no mercado externo tem ajudado a aliviar a oferta doméstica, funcionando como um fator de equilíbrio no setor.

Setor acompanha de perto os desdobramentos da gripe aviária

A indústria de carnes também acompanha com atenção os possíveis impactos da gripe aviária. Embora ainda não haja consequências diretas no setor de suínos, o mercado está em compasso de espera quanto a novos desdobramentos. “As medidas sanitárias estão sendo cumpridas rigorosamente”, afirmou Maia.

Custo da ração pode favorecer suinocultores

Mesmo com o preço do suíno vivo andando de lado, os produtores estão mais otimistas. Segundo Maia, a expectativa de queda nas cotações do milho — principal insumo da alimentação animal — deve contribuir para o avanço das margens da atividade suinícola, trazendo alívio ao produtor.

Queda nos preços do suíno vivo e da carne no atacado

Levantamento semanal da Safras & Mercado apontou recuo nos preços do suíno vivo e nos principais cortes comercializados no atacado:

  • Suíno vivo (média nacional): de R$ 7,80 para R$ 7,77/kg
  • Corte de pernil (atacado): de R$ 14,23 para R$ 13,99/kg
  • Carcaça suína (atacado): de R$ 12,66 para R$ 12,54/kg
Preços regionais do suíno vivo
  • São Paulo (arroba): estável em R$ 162,00
  • Rio Grande do Sul: integração em R$ 6,60/kg; interior em R$ 8,25/kg
  • Santa Catarina: integração em R$ 6,60/kg; interior de R$ 8,15 para R$ 8,10/kg
  • Paraná: mercado livre de R$ 8,30 para R$ 8,20/kg; integração estável em R$ 6,65/kg
  • Mato Grosso do Sul: Campo Grande estável em R$ 7,70/kg; integração em R$ 6,60/kg
  • Goiânia: queda de R$ 8,40 para R$ 8,35/kg
  • Minas Gerais (interior): estável em R$ 8,60/kg; mercado independente de R$ 8,80 para R$ 8,70/kg
  • Mato Grosso (Rondonópolis): estabilidade em R$ 7,70/kg; integração em R$ 7,05/kg
Exportações em alta impulsionam desempenho do setor

As exportações brasileiras de carne suína “in natura” totalizaram US$ 145,255 milhões em maio, até o dia 17 (11 dias úteis), com média diária de US$ 13,205 milhões. O volume embarcado foi de 56,749 mil toneladas, com média diária de 5,159 mil toneladas, e preço médio de US$ 2.559,80 por tonelada.

Em comparação com o mesmo mês de 2024, os dados mostram avanço:

  • Valor médio diário: alta de 32%
  • Volume médio diário: aumento de 18,2%
  • Preço médio: elevação de 11,6%

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Fonte: Portal do Agronegócio

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