Publicado em: 18/12/2025 às 12:00hs
O relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, trouxe uma análise detalhada sobre o desempenho recente e as projeções para o mercado de carne suína. Segundo o levantamento, as exportações brasileiras perderam fôlego em novembro, registrando queda de volume e preço, enquanto o mercado interno manteve estabilidade.
As exportações de carne suína in natura somaram 93 mil toneladas, volume 26% menor que o de outubro e 14% inferior ao registrado em novembro de 2024. O preço médio de embarque também recuou 2%, chegando a US$ 2.499 por tonelada.
Como resultado, o spread da exportação (diferença entre preço de venda e custo) caiu de 43% para 41%, aproximando-se da média histórica de 40%.
No mercado doméstico, os preços do animal vivo (referência São Paulo) permaneceram em torno de R$ 8,80/kg, patamar observado desde o início de outubro. Apesar do aumento nos abates, o mercado mostrou equilíbrio entre oferta e demanda, diferentemente do mesmo período de 2024, quando houve forte valorização.
Com a estabilidade dos preços e dos custos de produção, o spread da suinocultura manteve-se em 27%. Dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF) apontam que os abates cresceram 5% em outubro e 1% em novembro, o que, somado ao menor ritmo de exportações, limitou a valorização interna.
A consultoria observa ainda que os preços da carne de frango seguiram estáveis no período, e as carcaças bovinas apresentaram apenas avanço moderado.
Na China, principal mercado consumidor de carne suína, os preços seguem em forte queda, acumulando desvalorização de 27% em relação ao ano anterior — o menor nível em mais de sete anos. O recuo reflete excesso de oferta e demanda interna enfraquecida, mesmo com as ações do governo para reduzir o número de matrizes e controlar os estoques.
De acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para 2026, a produção global de carne suína deve permanecer estável, com China e EUA mantendo níveis atuais e queda de 1,2% na União Europeia.
Entre os exportadores, a União Europeia deve continuar perdendo relevância, com retração de 7,4%, enquanto o Brasil deve apresentar o maior crescimento, de 3,8%, entre os quatro maiores exportadores (União Europeia, Estados Unidos, Brasil e Canadá).
A produção brasileira deve crescer 1,3% em 2026, após avanço estimado de 4% em 2025. Do lado dos importadores, a China deve reduzir suas compras em 1,2%, enquanto Filipinas, México e Japão devem aumentar a demanda. O destaque fica para as Filipinas, com alta prevista de 7,1%, ultrapassando a Coreia do Sul e alcançando a quarta posição entre os maiores importadores, com 750 mil toneladas.
O relatório do Itaú BBA destaca que as condições de custo e margens da suinocultura brasileira permanecem favoráveis, sustentadas por um cenário de custos de ração controlados e demanda externa consistente.
A consultoria projeta que, no curto prazo, os preços no atacado podem enfraquecer ligeiramente após a virada do ano, mas as margens operacionais devem seguir saudáveis, favorecendo novos investimentos e expansão da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
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