Publicado em: 02/06/2025 às 15:00hs
Um estudo técnico apoiado pela Novus e conduzido em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) demonstrou que a suplementação com protease exógena pode mitigar os efeitos negativos dos inibidores de tripsina (IT) na dieta de leitões. A pesquisa foi coordenada pela PhD em nutrição de suínos Débora Reolon, que também atua como gerente sênior de serviços técnicos da Novus.
Os inibidores de tripsina estão presentes, principalmente, no farelo de soja — ingrediente comum nas rações. Esses compostos antinutricionais comprometem a digestibilidade de aminoácidos essenciais e, com isso, afetam diretamente o crescimento e a eficiência alimentar dos suínos.
Dados de estudos preliminares revelam que, para cada 1 mg/g de IT na dieta, a digestibilidade da metionina pode cair 3,7%, a da treonina 3,4% e a da lisina 2%. “A tripsina é uma enzima pancreática fundamental na digestão de proteínas. Quando inibida, causa desequilíbrios nutricionais e menor desempenho zootécnico”, explica Débora.
A pesquisa reforça que a adição de proteases exógenas à dieta dos suínos é eficaz para reduzir os impactos negativos dos IT. Essas enzimas atuam degradando os inibidores, o que melhora o aproveitamento dos aminoácidos, diminui a fermentação proteica, regula a taxa de passagem intestinal e contribui para melhores índices de desempenho animal.
“Em estudo publicado neste ano de 2025, observamos que algumas proteases conseguem degradar até 65% da ação dos inibidores de tripsina. Já outras enzimas apresentam eficiência bem inferior, com degradação máxima de apenas 23%. Por isso, é essencial escolher a protease mais eficaz ao formular a dieta”, destaca Débora.
O estudo contou com a participação de 96 leitões comerciais não castrados, com idade média de 21 dias e peso médio inicial de 6,2 kg. Os animais foram divididos em um esquema fatorial 2x2, com quatro tratamentos diferentes, combinando dietas com baixos e altos teores de IT e presença ou ausência de protease.
Os teores de inibidores na dieta de baixo IT foram de 0,82 mg/g (fase pré-inicial) e 0,96 mg/g (fase inicial). Já nas dietas com alto IT, os níveis chegaram a 1,71 mg/g (pré-inicial) e 1,83 mg/g (inicial). A suplementação com protease foi aplicada nos níveis de 0 e 500 g/MT.
Entre os parâmetros avaliados, estavam a ingestão média diária, o ganho de peso médio diário e a conversão alimentar. Os resultados mostraram que os inibidores de tripsina causaram impacto negativo nos indicadores zootécnicos. No entanto, a inclusão de protease teve efeitos positivos significativos, principalmente sobre o ganho de peso e a conversão alimentar durante a fase inicial.
“Tivemos a confirmação tanto dos prejuízos causados pelos inibidores quanto dos benefícios proporcionados pelas proteases na alimentação de suínos jovens”, reforça a especialista da Novus.
O estudo foi tema de destaque na 35ª Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), realizada em maio no Centro de Eventos Novo Anhembi, em São Paulo (SP), onde os resultados foram debatidos por especialistas do setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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