Suíno

Estratégias de manejo e nutrição impulsionam produtividade e longevidade de fêmeas suínas

Desempenho reprodutivo depende de genética, nutrição e manejo


Publicado em: 23/09/2025 às 13:00hs

Estratégias de manejo e nutrição impulsionam produtividade e longevidade de fêmeas suínas

A produtividade e longevidade das fêmeas suínas são diretamente influenciadas por decisões técnicas ao longo de toda a vida reprodutiva. Nutrição adequada, controle de peso e consumo de ração são determinantes não apenas para o número de leitões desmamados, mas também para a rentabilidade do sistema, especialmente em sistemas intensivos com alta densidade e metas produtivas agressivas.

Segundo o especialista global em nutrição da Topigs Norsvin, Rodrigo Lima, mesmo os avanços genéticos mais recentes precisam ser acompanhados de manejo ajustado às necessidades fisiológicas das fêmeas. Entre 2015 e 2023, o Brasil aumentou em 46% o número de suínos abatidos, passando de 39,2 milhões para 57,1 milhões, enquanto o plantel de matrizes cresceu 23%, alcançando 2,1 milhões de animais, segundo dados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Desafios da maior produtividade

O aumento do tamanho das leitegadas, resultado de ganhos genéticos e melhor desempenho reprodutivo, intensifica a demanda por leite e impõe maior pressão fisiológica sobre as matrizes. “Sem estratégias nutricionais e manejo ajustados, os avanços em quantidade podem comprometer a qualidade dos leitões e a longevidade das fêmeas”, alerta Lima.

O desenvolvimento corporal da fêmea jovem é crucial. O monitoramento da curva de crescimento durante a recria garante que a primeira cobertura ocorra com peso e maturidade adequados, evitando que intervenções nutricionais mal planejadas prejudiquem ciclos reprodutivos futuros.

Nutrição estratégica durante a gestação

A demanda nutricional das fêmeas suínas varia significativamente ao longo das três fases da gestação, impactando aminoácidos e nutrientes essenciais para o desenvolvimento fetal, da placenta e da glândula mamária.

Dados do Sul do Brasil indicam que ajustes nutricionais estratégicos melhoraram os resultados: entre 2022 e 2023, o número total de nascidos (NT) por leitegada passou de 15,6 para 16,9, enquanto o peso médio ao nascimento aumentou de 1,419 kg para 1,488 kg, evidenciando ganhos consistentes com a adoção de manejo nutricional adequado.

Nutrição de precisão: futuro da suinocultura

A nutrição de precisão vem ganhando espaço como resposta às exigências de eficiência produtiva e bem-estar animal. A técnica ajusta o fornecimento de nutrientes conforme fase fisiológica, categoria e condição corporal, buscando maximizar o desempenho produtivo de forma sustentável.

Estudos publicados na revista Animal Feed Science and Technology mostram que a nutrição de precisão pode aumentar em até 9,81% o peso da leitegada ao desmame e em 4% quando se ajusta a curva de consumo durante a gestação, comparado com métodos tradicionais. A tendência é que o uso de sensores, softwares e automação acelere a adoção dessas práticas, oferecendo maior controle sobre dieta e performance das fêmeas.

Eficiência e longevidade sustentam sistemas produtivos

A longevidade das fêmeas e a qualidade dos leitões vão além da genética: dependem de decisões consistentes de manejo e nutrição ao longo de toda a vida reprodutiva. Como resume Rodrigo Lima:

“Em um cenário cada vez mais competitivo, a eficiência começa cuidando bem das fêmeas para garantir o futuro da produção.”

Fonte: Portal do Agronegócio

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