Suíno

Duroc transforma a carne suína no Brasil e conquista cortes premium em restaurantes estrelados

Raça Duroc impulsiona a suinocultura brasileira


Publicado em: 30/10/2025 às 14:00hs

Duroc transforma a carne suína no Brasil e conquista cortes premium em restaurantes estrelados
Foto: Bruna Sales

O consumo de carne suína no Brasil vem crescendo de forma contínua, alcançando 16 kg per capita em 2021, e passa por uma transformação cultural com a introdução da raça Duroc, originária dos Estados Unidos. Reconhecida pela maciez, marmoreio e sabor, o Duroc foi a primeira raça introduzida no país em 1956, marcando o início do melhoramento genético e da tecnificação da suinocultura.

Estudos da PUC Goiás mostram que o Duroc, junto a outras duas raças, compõe mais de 90% da base genética dos suínos de abate no Brasil.

Cortes premium elevam a carne suína a outro patamar

A chef e especialista em cortes suínos Flávia Brunelli, pioneira no desenvolvimento de cortes premium de Duroc, transformou a percepção do consumidor sobre a carne suína no país. Sob sua liderança na Del Veneto, cortes como stinco, prime rib e bife de ancho, adaptados do universo bovino, conquistaram o mercado gourmet.

“Antes, a carne suína era associada apenas a lombo, costela e panceta. Com o Duroc, abrimos espaço para novos cortes, inovando no preparo e na experiência gastronômica”, afirma Brunelli.

Qualidade genética e marmoreio natural

Os suínos Duroc utilizados pela Del Veneto pesam, em média, 150 a 170 kg, apresentando equilíbrio entre gordura e músculo. A carne possui fibras curtas para maciez e gordura intramuscular, responsável pelo marmoreio natural, garantindo suculência e sabor, atributos que fizeram a raça ser apelidada de “Angus suíno”.

A rusticidade da raça aliada à precocidade, boa conversão alimentar e ganho de peso acelerado torna o Duroc ideal para sistemas de criação tropicais e para produção de carcaças de alta qualidade.

Duroc conquista restaurantes estrelados

O ingresso da carne Duroc em restaurantes com estrelas Michelin marcou um divisor de águas para o setor. Entre eles, o D.O.M., do chef Alex Atala, utiliza cortes como ancho suíno, filé mignon suíno e pancetta, enquanto o Evvai, de Luiz Filipe Souza, aposta na pancetta de leitão em seu menu ítalo-brasileiro.

“Hoje os chefs exploram sabores e texturas de forma criativa, elevando a carne suína a um patamar antes inexistente no Brasil”, destaca Brunelli.

Impacto na cadeia produtiva e no mercado

A introdução do Duroc movimenta toda a cadeia produtiva: produtores investem em genética, manejo e bem-estar animal, enquanto frigoríficos e distribuidores se adaptam à demanda de consumidores mais exigentes.

A Del Veneto oferece mais de 100 produtos premium de Duroc, com preços que refletem o padrão diferenciado. Entre os destaques estão:

  • Ancho suíno (300 g) por R$ 34,90
  • T-bone suíno (4 unidades de 200 g) por R$ 42,99
  • Guanciale (bochecha do porco, 250 g) por R$ 39,99

Outro produto inovador é o leitão de leite Duroc, apreciado em menus degustação por sua textura diferenciada e sabor delicado.

Mudança cultural e consumo de carne suína

O avanço da carne suína premium mostra que o desafio agora é aproximar o consumidor da experiência gastronômica dos restaurantes estrelados, demonstrando que o Duroc pode estar presente tanto no churrasco de fim de semana quanto em preparos elaborados da alta gastronomia.

“Queremos mostrar que a carne suína não é apenas tradicional, mas uma proteína versátil e gourmet, capaz de atender desde o lar até restaurantes de alta gastronomia”, conclui Brunelli.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias