Criadores de suínos do Rio Grande do Sul estão recebendo o melhor preço pago pelo quilo da carne nos últimos quatro anos, segundo a associação do setor no estado (Acsurs). O aumento do consumo e a volta dos compradores internacionais ajudam a valorizar o produto, como mostra a reportagem do Campo e Lavoura, da RBS TV.

Entretanto, a valorização do produto e a produção enxuta, sem excessos, vão encarecer a tradicional mesa das festas de fim de ano. No açougue, a carne suína é a que apresenta a maior variação desde agosto. O quilo está 15% mais caro em relação ao ano passado.

O preço do quilo da carne pago ao produtor passou de R$ 2,68 no primeiro semestre para os atuais R$ 3,70, o que representa um aumento de mais de R$ 1. Ainda segundo a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, dois fatores foram fundamentais para a reação dos preços no segundo semestre: a proximidade das festas de final de ano e a volta das exportações para a Ucrânia.

De acordo com a Emater, que acompanha o desenvolvimento das propriedades rurais, os criadores integrados a cooperativas ou indústrias conseguem aproveitar melhor o bom momento do mercado. Por ano, o estado produz mais de 650 mil toneladas de carne suína. Desse volume, 85% atende à demanda do mercado interno.

No município de Vila Maria, no Norte do Rio Grande do Sul, o criador Adair Colet prepara uma entrega para a indústria de mil porcos, pesando cerca de 130 quilos cada um. O lote será um dos mais lucrativos para a propriedade.

"Eu estou pagando umas dividas que estavam atrasadas e guardando um pouco de dinheiro para caso de nova crise", diz Colet.