Suíno

Consumo enfraquecido e retração dos frigoríficos pressionam preços da carne suína no mercado nacional

A semana foi marcada por nova retração nos preços da carne suína, com baixas registradas tanto no quilo do animal vivo quanto nos principais cortes comercializados no atacado


Publicado em: 18/07/2025 às 19:00hs

Consumo enfraquecido e retração dos frigoríficos pressionam preços da carne suína no mercado nacional
Foto: Mapa

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Allan Maia, o cenário atual é de disputas intensas nas negociações, com frigoríficos pouco ativos e atentos ao ritmo do mercado atacadista.

Baixo consumo pressiona mercado

Maia destaca que o consumo interno tende a enfraquecer na segunda quinzena do mês, reflexo da menor disponibilidade financeira das famílias. “Esse menor apelo ao consumo impacta diretamente nas perspectivas de preços para o curto prazo, que seguem pouco otimistas”, afirma.

Concorrência com outras proteínas e cenário do boi

A competitividade do frango é outro fator que influencia negativamente a demanda pela carne suína. O analista observa ainda que o mercado de carne bovina também enfrenta dificuldades, o que contribui para a pressão sobre os preços de proteínas animais em geral.

Exportações e custos controlados aliviam cenário

Apesar da conjuntura desfavorável no mercado interno, Maia aponta dois fatores positivos: o bom desempenho das exportações brasileiras de carne suína e a estabilidade nos custos de nutrição animal. Esses aspectos ajudam a reduzir a oferta no mercado doméstico e oferecem algum alívio aos produtores.

Evolução dos preços no mercado nacional

Levantamento semanal da Safras & Mercado revelou recuos nos preços médios do suíno vivo e dos principais cortes:

  • Suíno vivo (média nacional): caiu de R$ 7,68 para R$ 7,55 por quilo
  • Pernil (atacado): recuo de R$ 13,80 para R$ 13,38
  • Carcaça: redução de R$ 12,51 para R$ 12,09
Preços por estado
  • São Paulo (arroba): de R$ 160,00 para R$ 156,00
  • Rio Grande do Sul:
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
    • Interior: de R$ 8,10 para R$ 7,95
  • Santa Catarina:
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
    • Interior: de R$ 8,00 para R$ 7,80
  • Paraná:
    • Mercado livre: de R$ 8,10 para R$ 7,90
    • Integração: R$ 6,65 (estável)
  • Mato Grosso do Sul:
    • Campo Grande: de R$ 7,75 para R$ 7,60
    • Integração: R$ 6,60 (estável)
  • Goiás (Goiânia): de R$ 8,10 para R$ 7,95
  • Minas Gerais (interior):
    • Mercado livre: de R$ 8,20 para R$ 8,00
    • Mercado independente: de R$ 8,40 para R$ 8,20
  • Mato Grosso:
    • Rondonópolis: de R$ 7,80 para R$ 7,60
    • Integração: R$ 7,05 (estável)
Desempenho das exportações

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” somaram US$ 107,32 milhões nos primeiros nove dias úteis de julho. A média diária de receita foi de US$ 11,92 milhões, com 40,39 mil toneladas embarcadas no período — média diária de 4,49 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 2.657,40.

Em comparação a julho de 2024:

  • Valor médio diário: queda de 4,5%
  • Volume médio diário: recuo de 13,4%
Preço médio: alta de 10,3%

Apesar da pressão nos preços internos por conta do menor consumo e da retração de frigoríficos, as exportações seguem como um dos pilares de sustentação para o setor suinícola brasileiro. A competitividade frente ao frango e ao boi e o controle nos custos de produção também seguem no radar do mercado para os próximos meses.

Fonte: Portal do Agronegócio

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