Publicado em: 07/11/2025 às 14:00hs
A produção de ovos no Brasil atravessa um período de desafios complexos, marcado pelo aumento dos custos operacionais, pela pressão por produtividade e pelo crescimento das exigências de bem-estar animal. Empresas do setor têm buscado soluções tecnológicas e estratégias operacionais para equilibrar eficiência e responsabilidade, mantendo a competitividade em um mercado cada vez mais exigente.
O setor de ovos lida com flutuações nos preços de insumos essenciais, como milho, soja, energia elétrica e transporte. Essa instabilidade impacta diretamente o custo por dúzia de ovos, pressionando as margens de lucro dos produtores.
Além disso, a sensibilidade do consumidor ao preço limita a possibilidade de repassar integralmente esses aumentos para o varejo, exigindo ajustes constantes na gestão da produção e da comercialização.
Para aumentar a eficiência na cadeia produtiva, o setor investe em modelos intensivos, automação e genética de alto desempenho. No entanto, produtores de médio porte enfrentam dificuldades para incorporar essas inovações devido à falta de capital ou acesso limitado à assistência técnica.
A modernização da avicultura de postura, portanto, depende de políticas de fomento e maior integração entre produtores, indústria e varejo, garantindo que o setor evolua sem comprometer a sustentabilidade e a viabilidade econômica.
O tema do bem-estar animal tem ganhado relevância junto a consumidores, redes de varejo e empresas de food service. Entre as práticas mais criticadas está o abate de pintinhos machos, cada vez mais questionado por entidades de proteção animal e pelo público consumidor.
Para atender a essas demandas sociais e regulatórias, o setor tem buscado soluções que conciliem eficiência produtiva e responsabilidade ética, evitando impactos negativos sobre a imagem da indústria.
A sexagem in-ovo surge como alternativa tecnológica para enfrentar o desafio do abate de pintinhos machos. A técnica permite identificar o sexo do embrião ainda durante a incubação, evitando o nascimento de pintinhos machos e o descarte subsequente.
Segundo Gabriela Menin, Líder Estratégica Brasil da Innovate Animal Ag, a tecnologia contribui para uma gestão mais eficiente de recursos, reduzindo etapas e custos associados ao manejo pós-eclosão.
“A sexagem in-ovo otimiza o uso de incubadoras, diminui o desperdício de insumos e oferece uma resposta concreta às demandas sociais e regulatórias que crescem no setor”, explica Menin.
Empresas brasileiras, como a Raiar, já utilizam a tecnologia, comprovando sua viabilidade prática. Contudo, a adoção em larga escala ainda depende da superação de barreiras técnicas e econômicas, bem como da ampliação do diálogo entre produtores, indústria, varejo e consumidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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