Publicado em: 11/08/2025 às 15:00hs
A secagem é um período fisiológico essencial na vida da vaca leiteira, marcado pela interrupção da produção de leite. Essa fase permite a regeneração da glândula mamária, é fundamental para a saúde do úbere e impacta diretamente o desempenho produtivo da próxima lactação. Um manejo técnico adequado nesse momento é indispensável para garantir o sucesso sanitário e produtivo do rebanho.
Durante a lactação, o úbere está vulnerável a lesões e infecções, especialmente mastites causadas por bactérias. O período seco funciona como uma pausa fisiológica que permite a reparação dos tecidos e a eliminação de agentes patogênicos, desde que a secagem seja realizada corretamente, explica Marcos Malacco, gerente de serviços veterinários da Ceva Saúde Animal.
Ao cessar a produção de leite, a pressão interna no úbere diminui, permitindo a formação do tampão de queratina no canal do teto, que atua como uma barreira física contra a entrada de microrganismos. No entanto, a pressão residual da produção ainda em curso, aliada à ausência de ordenha, pode causar desconforto e abertura do canal, favorecendo vazamentos e invasão por patógenos.
Existem duas formas principais de secar vacas:
Malacco destaca que a secagem gradual pode gerar desequilíbrios metabólicos e comportamentais, pois vacas são animais metódicos e socialmente organizados, e alterações no manejo impactam negativamente seu sistema imunológico.
A prolactina é o hormônio responsável por manter a lactação. Para uma secagem eficiente, é fundamental reduzir os níveis circulantes desse hormônio, diminuindo a produção de leite. Isso facilita a queda da pressão no úbere, evita a abertura do canal do teto e vazamentos, além de favorecer a formação do tampão de queratina, minimizando riscos de infecção.
Estudos indicam que a secagem bem conduzida reduz a incidência de mastites clínicas e subclínicas no período seco e na lactação seguinte, além de diminuir a contagem de células somáticas (CCS) e a ocorrência de descartes precoces. Também promove melhor regeneração da glândula mamária, garantindo maior qualidade e volume de leite na próxima lactação.
Manter o conforto e minimizar o estresse durante essa fase é fundamental, pois o estresse prejudica o sistema imunológico e atrasa a recuperação do úbere.
Na secagem abrupta, o uso de tecnologias farmacológicas tem sido adotado para garantir rapidez e segurança. Um exemplo é a Cabergolina, princípio ativo do Velactis®, que administrada em dose única na última ordenha do dia da secagem, reduz rapidamente a secreção de prolactina e, consequentemente, a produção de leite.
Isso resulta em menor pressão no úbere, redução de vazamentos e desconforto, maior bem-estar e diminuição do estresse. Estudos indicam que o uso dessa tecnologia contribui para a saúde do úbere, diminuição da mastite e aumento da produção na lactação seguinte.
O conceito de Secagem Inteligente, viabilizado por tecnologias como o Velactis®, permite explorar ao máximo o potencial produtivo das vacas sem alterar a rotina ou o manejo, facilitando o processo e promovendo maior conforto animal.
A fase de secagem é estratégica para garantir saúde, bem-estar e alta produtividade no rebanho leiteiro. O investimento em manejo adequado e tecnologias inovadoras traz retorno em forma de melhor qualidade de leite, menor ocorrência de doenças e maior rendimento na próxima lactação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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