Publicado em: 16/08/2013 às 08:00hs
A pecuária brasileira passa nos meses de inverno por escassez histórica de pastos para alimentação do gado devido ao clima mais seco, com picos que tradicionalmente vão até o final de setembro. Essa situação proporciona um desafio extra para a manutenção e ganho de peso dos animais, e o confinamento surge como uma alternativa econômica importante. Porém, essa prática reúne grande número de animais em espaço físico limitado, gerando a necessidade de maior atenção com o rebanho, principalmente em relação à sanidade.
Os animais confinados são mais suscetíveis à proliferação de importantes enfermidades. Porém, uma das principais causas de mortalidade de bovinos neste período são as clostridioses. De acordo com o coordenador de serviços técnicos de ruminantes da Merial Saúde Animal, Roulber Silva, a solução para proteger o gado contra infecções causadas pelos clostrídeos passa pela adoção de um eficiente programa de vacinação. “No Brasil, as clostridioses mais comuns em confinamentos são o botulismo e as enterotoxemias. Além destas, o rebanho está sujeito a outros tipos de clostridioses, como carbúnculo sintomático (ou manqueira), gangrena gasosa, tétano, morte súbita por clostrídeos e hemoglobinúria bacilar”, explica o especialista.
Causadas por bactérias anaeróbias – ou seja, que se multiplicam na ausência do oxigênio -, as clostridioses resultam da liberação de toxinas produzidas pelos clostrídeos. Essas toxinas são responsáveis pelos sintomas e lesões observados nos animais doentes. Essas toxinas podem ser produzidas dentro do próprio animal afetado, como acontece nas enterotoxemias, ou externamente, como ocorre no botulismo.
“Estes agentes convivem com o rebanho naturalmente, estando presentes no solo, cadáveres, pastagens e no tubo digestivo dos animais, mesmo os sadios. Por exemplo, nas enterotoxemias, os clostrídeos são ingeridos com alimentos ou água e podem ser encontrados no estômago e intestino dos bovinos sadios sem produzir qualquer alteração no animal, pois os outros microorganismos, presentes normalmente no tubo digestivo dos bovinos, evitam uma multiplicação excessiva dessas bactérias.
Além disso, o próprio movimento dos alimentos no tubo digestivo ajuda a eliminar as toxinas produzidas por estes clostrídeos. No entanto, se ocorrer uma estase intestinal (paralisia do intestino) ou uma alteração na flora digestiva, os clostrídeos podem multiplicar-se excessivamente até provocar uma enterotoxemia. Como todos os animais do rebanho são submetidos aos mesmos fatores de risco, as enterotoxemias podem provocar a morte simultânea de vários bovinos em um mesmo lote. Mudanças bruscas no tipo de alimentação, sobrecarga alimentar, rações ricas em proteína e carboidratos de fácil fermentação são alguns dos fatores de risco associados a surtos dessa doença em bovinos confinados”, destaca o coordenador.
Roulber Silva enfatiza que os clostrídeos são bactérias extremamente resistentes, praticamente impossíveis de ser eliminadas de ambientes contaminados. Outro tipo de clostridiose muito importante é o botulismo, que ocorre quando as toxinas são ingeridas pelo gado em alimentos como a silagem. Estas bactérias podem estar presentes na silagem devido à presença de pequenos animais mortos ou a áreas de putrefação próximas a furos na lona do silo.
Devido às características do confinamento, o botulismo também pode provocar a morte simultânea de vários bovinos em um mesmo local. “A melhor prevenção é a aplicação regular de vacinas contra as clostridioses”, afirma o coordenador de serviços técnicos da Merial.
A condição pode se alterar completamente diante de determinadas situações que favorecem a anaerobiose – lesões e pancadas – e, por consequência, a multiplicação de clostrídeos e a produção dessas toxinas”, informa Roulber Silva, lembrando que este processo produz, entre outros sintomas, os inchaços característicos do carbúnculo sintomático ou manqueira.
“Pode ocorrer também o aparecimento da gangrena gasosa (edema maligno) ou tétano em casos de feridas nos casos de acidentes e castrações. As feridas podem entrar em contato com os esporos de clostrídeos presentes na terra, poeira ou fezes. Pode ocorrer também após a aplicação de vacinas ou injeções sem os devidos cuidados de assepsia”, acrescenta o especialista da Merial Saúde Animal.
Todos os bovinos destinados ao confinamento devem ser vacinados contra as clostridioses e o botulismo. As vacinas contra clostridioses devem ser aplicadas antes dos animais serem submetidos ao manejo ou alimentação de risco, isto é, algumas semanas antes dos bovinos serem confinados. Além disso, devem ser utilizadas sempre antes do aparecimento da doença e não durante a ocorrência do surto no rebanho, pois após a aplicação da vacina, o organismo precisa de certo tempo para poder produzir os anticorpos que o protegerão contra determinada doença. Durante esse ‘período negativo de imunidade’, o animal, embora vacinado, não está protegido contra as toxinas dos micróbios.
“A utilização de vacinas de qualidade garante imunização eficiente, permitindo obter resposta imunitária adequada para a proteção dos animais”, complementa Roulber Silva.
Outras ameaças – Segundo o especialista, outras ameaças não podem ser ignoradas pelo produtor, como, por exemplo, a raiva bovina, verminoses e a mosca-dos-chifres. Com alto índice de mortalidade, a raiva bovina ‘assombra’ os confinadores nas regiões onde ocorre a doença. Este mal, que ataca o animal em seu sistema neurológico, não tem cura. Geralmente, o bovino morre de quatro a seis dias após o início dos sintomas, que podem ser dificuldade de deglutição, devido à paralisia no músculo da língua, tenesmo (sensação dolorosa provocada pela necessidade frustrada de defecar), falta de coordenação dos membros posteriores, midríase (dilatação das pupilas) e problemas de respiração. Os principais transmissores da raiva bovina são os morcegos hematófagos.
As verminoses e mosca-dos-chifres também são fatores de atenção, devido à ação prejudicial à produtividade do animal. Roulber conta que a verminose subclínica é o tipo mais danoso ao rebanho, pois a detecção de animais infectados é difícil – geralmente só é diagnosticada quando o animal perdeu muito peso. Já as mosca-dos-chifres, além de sugarem o sangue do bovino, ainda incomodam o animal, causando perda de rendimento. Portanto é de suma importância realizar a aplicação de endectocidas (produtos que controlam os parasitas internos e externos dos bovinos) no gado antes da entrada no confinamento. “Além disso, é importante lembrar que pela Instrução Normativa nº 48, publicada em 28 de dezembro de 2011, bovinos em fase de terminação não devem ser tratados com avermectinas que tenham período de carência maior que 28 dias para o abate”, reforça.
Soluções Merial - Para os confinadores, a Merial Saúde Animal oferece pacote completo de soluções sanitárias. As vacinas contra as clostridioses incluem as vacinas polivalentes da linha Sintoxan®. Polivalente, a linha é indicada para doenças como manqueira, enterotoxemias, morte súbita por clostrídeos e gangrena gasosa; a Sintoxan® Polivalente T, além das doenças anteriores, também imuniza os bovinos contra tétano; a Sintoxan® 9TH, além de todas as clostridioses controladas pela Sintoxan® Polivalente, protege também contra tétano e hemoglobinúria bacilar. Além disso, oferece uma vacina específica para prevenção contra o botulismo, a Linovac®.
Para a prevenção da raiva, a solução indicada é a vacina Alurabiffa®. Já para mosca-dos-chifres e verminoses, recomenda-se a aplicação de Eprinex® Pour-On, antiparasitário com a revolucionária molécula Eprinomectina, o único endectocida com período de carência zero para abate.
Sobre a Merial - Merial é uma empresa líder mundial em saúde animal voltada para a inovação, fornecendo uma gama completa de produtos para melhorar a saúde, o bem-estar e o desempenho de várias espécies de animais. Merial emprega aproximadamente 6.000 pessoas e opera em mais de 150 países ao redor do mundo. Seu faturamento em 2012 ultrapassou US$ 2,8 bilhões. Merial é uma empresa Sanofi. Para mais informações, consulte www.merial.com.br.
Fonte: Texto Assessoria de Comunicação
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