Publicado em: 27/11/2025 às 13:30hs
A recuperação de pastagens degradadas ganhou protagonismo nas políticas voltadas à sustentabilidade e eficiência produtiva do campo brasileiro. Segundo o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas Sustentáveis, a iniciativa busca organizar o uso de tecnologias de manejo e estimular investimentos privados no setor.
As estimativas oficiais apontam um potencial de movimentação de até US$ 1 bilhão e R$ 10 bilhões em financiamentos, demonstrando o impacto econômico e ambiental da medida.
De acordo com dados recentes, o Brasil possui cerca de 159 milhões de hectares ocupados por pastagens, sendo que 78% dessas áreas apresentam algum nível de degradação.
Para especialistas, a recuperação dessas terras é fundamental para ampliar a produtividade e evitar a abertura de novas fronteiras agrícolas, contribuindo diretamente para as metas de descarbonização do país e para o fortalecimento da imagem sustentável do agronegócio brasileiro.
“É possível crescer de forma sustentável, mas, para isso, precisamos recuperar as pastagens improdutivas. Não há necessidade de abrir novas áreas, basta sermos eficientes onde já estamos”, afirma Thiago Maschietto, CEO da SBS Green Seeds.
A recuperação da vitalidade do solo é um dos pilares do programa, já que ele desempenha papel essencial na retenção de água, na ciclagem de nutrientes e no equilíbrio ecológico.
De acordo com técnicos da área, o uso de práticas agrícolas adequadas reduz os processos de erosão e garante produtividade sustentável a longo prazo. Além disso, o emprego de forrageiras adaptadas tem mostrado resultados positivos na aceleração da reforma de pastagens, melhoria da atividade microbiana e reforço da cobertura vegetal.
O modelo de integração de lavoura e pecuária também vem sendo apontado como uma estratégia eficiente e econômica para recuperar áreas degradadas.
Segundo o gerente de P&D da SBS, é possível preparar o solo, cultivar grãos como soja ou milho e, após a colheita, implantar o capim de forma praticamente sem custo adicional, garantindo a renovação da pastagem e o aproveitamento do investimento inicial.
“Podemos, por exemplo, pegar uma área de pastagem degradada, preparar o solo e implementar uma cultura como soja ou milho. Após a colheita e comercialização do grão, ao semear o capim, garantimos a reforma da pastagem a custo zero praticamente”, explica o especialista.
Com os incentivos do programa e a adoção crescente de tecnologias de manejo regenerativo, o Brasil reforça seu compromisso com a produção agropecuária sustentável, conciliando rentabilidade, conservação ambiental e segurança alimentar.
O avanço da recuperação de pastagens degradadas representa, portanto, um passo estratégico para o futuro do agronegócio nacional, consolidando o país como referência em sustentabilidade produtiva.
Fonte: Portal do Agronegócio
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