Pastagens

Produtor do Sul do país aproveita o pico de produção de forrageiras tropicais e garante estabilidade de peso dos animais durante o inverno

É preciso efetuar a manutenção da oferta de forragem de alta qualidade durante todo o ciclo para garantir a demanda animal e aumentar a eficiência na utilização das pastagens


Publicado em: 23/08/2021 às 13:00hs

Produtor do Sul do país aproveita o pico de produção de forrageiras tropicais e garante estabilidade de peso dos animais durante o inverno

As estratégias de manejo nos sistemas de produção são diversas quando se trata de semeadura, colheita e armazenamento de forragem. Durante o período do verão, no qual existe maior disponibilidade de massa verde das forrageiras tropicais, uma ótima opção é conservar o excesso de forragem na forma de silagem pré-secada, para ser utilizada como estratégia alimentar durante o período de entressafra (vazio forrageiro). 

Além disso, esta alternativa propicia equilíbrio nutricional para o cultivar utilizado, pois mantém o ponto ideal de corte (95% Interceptação Luminosa). O uso de pré-secado permite esses ajustes dentro dos cenários forrageiros, isso torna possível aos produtores ofertar aos animais forragem de qualidade durante todo o ano, além de manter o ponto de equilíbrio positivo na relação custo da dieta x produtividade.

Egon Hruby, que atua com sistema de recria de bezerras na cidade de Glorinha, região litorânea do Rio Grande Sul, investiu em novembro de na implantação dos cultivares Sabiá e Mulato II, ambos com exclusividade comercial da Barenbrug do Brasil. Em fevereiro de 2021, no pico de produção das forrageiras, ele optou por fazer pré-secado. 

“Eu iniciei a plantação ainda sem os animais na propriedade. As 250 cabeças de bezerras chegaram no final do estágio vegetativo das cultivares tropicais perenes, em abril. Do plantio até abril a forragem cresceu, atingiu um bom volume, respondeu bem as adubações de base e de cobertura. De 23 hectares fiz pré-secado que deram 330 rolos com 600 kg cada. Estou muito satisfeito, pois agora no inverno, o rebanho que tem peso vivo médio de 230 quilos cada, está comendo em torno de 15 kg por dia do pré-secado e está mantendo o peso mesmo sem aveia ou azevém”, explicou o produtor.

De acordo Rodrigo Zago Fagundes, membro da equipe de Desenvolvimento Tecnológico da Barenbrug do Brasil, empresa pioneira e líder mundial em soluções forrageiras tropicais, o pré-secado pode ser produzido o ano todo, dependendo das condições climáticas e tecnologias empregadas no sistema de produção. 

“No Sul do Brasil, por exemplo, no período de inverno, geralmente são utilizados cultivares temperadas na confecção do pré-secado, pois o clima frio e úmido requer um curto período para desidratação da forrageira. No período de primavera e verão, os produtores buscam materiais que, além de atrelar a qualidade, disponham de alta capacidade produtiva (kg MS/ha-1). Estão as forrageiras tropicais perenes como Brachiarias desenvolvidas geneticamente, Cynodon dactylon e Panicum entre as principais cultivares para esse objetivo”, detalha Rodrigo Zago.

O produtor Egon Hruby explica que o inverno na região Sul, em virtude das baixas temperaturas e geadas (que inclusive já aconteceram em dois momentos neste ano), afeta o crescimento dos cultivares tropicais ou gera a queima da parte aérea da planta. 

“Em condições ambientais favoráveis, com boa luminosidade, temperatura e umidade, é possível uma elevada produção que pode atender a demanda dos animais da propriedade e suprir a estratégia de reservar volumosos para os períodos de entressafras. Na região sul, períodos com frequente baixa disponibilidade de forragem ocorrem no final do ciclo de verão e inverno, já no Brasil central, no período de poucas chuvas (maio a setembro)”, explica Rodrigo Zago.

Os volumosos são alimentos que possuem mais de 20% de fibra bruta na matéria seca dividindo-se em volumosos úmidos (silagens) e volumosos secos (fenos). O pré-secado é uma forragem que fica a meio-termo entre silagem e feno, conservada entre 40 e 60% de umidade, e com a altura ideal de corte no melhor estágio vegetativo da planta, podendo ser ajustada conforme logística de operação e produção da unidade produtiva. Logo após o corte, inicia-se o processo de desidratação que consiste em reduzir a quantidade de água, por meio da exposição do material ao sol. A partir desse ponto, a forragem é envelopada com plástico polietileno para garantir a fermentação desejada.  

O armazenamento é realizado logo após o envelopamento, feito por máquinas específicas. Ao redor de 40 dias, o volumoso pré-secado já está apto a ser oferecido aos animais e pode ficar acondicionado por anos dependendo da qualidade do plástico, local de armazenamento e logística dos rolos realizados pela propriedade.

Para o próximo plantio, a estratégia do produtor gaúcho será sobre semear Aveia com os novos cultivares da Barenbrug do Brasil para ver o desempenho. “No ano passado, só tínhamos a Brachiaria nativa, e no inverno plantávamos Aveia e Azevém. Neste ano, optamos por plantar os cultivares Barenbrug na primavera, que é uma forragem com menos potencial para explorar no inverno. E estou muito satisfeito, pois apenas o pré-secado conseguiu estabilizar o peso dos animais. Agora, no final de agosto, início de setembro, com a mudança de temperatura, conseguiremos ver o padrão de engorda”, finaliza Hruby.

Fonte: Barenbrug do Brasil

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