Pastagens

Pastagens degradadas: prejuízos econômicos, ambientais e reputacionais na pecuária

Problema atinge metade das áreas de pasto no Brasil


Publicado em: 11/09/2025 às 14:00hs

Pastagens degradadas: prejuízos econômicos, ambientais e reputacionais na pecuária

A degradação das pastagens é um dos principais desafios enfrentados pela pecuária brasileira, afetando cerca de 50% das áreas de pasto, segundo dados da Embrapa. Além de reduzir a produtividade, o fenômeno provoca impactos ambientais e compromete a imagem do setor perante consumidores que valorizam práticas sustentáveis.

Estima-se que a perda anual causada pela degradação das pastagens alcance R$ 7 bilhões, considerando a redução na produção de carne e leite e o aumento dos custos para recuperação dessas áreas.

Principais causas da degradação

Segundo o técnico de sementes Thiago Neves Teixeira, da Sementes Oeste Paulista (Soesp), a degradação resulta da combinação de fatores como:

Manejo inadequado e sobrepastejo, que impedem a recuperação das plantas e favorecem o surgimento de plantas daninhas;

  • Falta de reposição de nutrientes, devido à ausência de adubações corretivas;
  • Escolha inadequada da espécie forrageira, sem considerar solo, clima e relevo;
  • Erros na formação da pastagem, como sementes de baixa qualidade, preparo deficiente do solo e falta de controle de pragas;
  • Uso recorrente do fogo, que prejudica a estrutura do solo e reduz a matéria orgânica;
  • Pragas e doenças, incluindo cigarrinhas, lagartas, percevejos e a síndrome da morte do capim-marandu.
Impactos ambientais significativos

A degradação do solo vai além da perda de produtividade. Compactação, erosão e redução da matéria orgânica comprometem os ciclos hidrológicos, aumentam o assoreamento de rios e córregos e reduzem a biodiversidade local, criando um ciclo de degradação contínuo.

Manejo preventivo é mais eficiente e econômico

Especialistas ressaltam que a prevenção é mais econômica e eficaz do que a recuperação ou renovação das pastagens. Entre as medidas recomendadas estão:

  • Ajuste da taxa de lotação ao longo do ano;
  • Análises de solo e adubações regulares;
  • Diversificação de espécies forrageiras;
  • Monitoramento constante das condições da pastagem e do solo.
Intervenções corretivas e renovação

Quando a degradação já está instalada, é necessário adotar medidas específicas:

  • Recuperação direta: controle de plantas invasoras, correção do solo e adubação;
  • Renovação direta: preparo completo do solo e replantio, demandando maior investimento;
  • Renovação indireta: integração de sistemas, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), unindo sustentabilidade e produtividade.

“Investir em manejo preventivo não só protege o bolso do produtor, mas também preserva o meio ambiente e mantém a reputação da pecuária frente ao mercado”, conclui Teixeira.

Fonte: Portal do Agronegócio

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