Pastagens

Estudo inédito mostra a atual situação das pastagens brasileiras

Um estudo pioneiro sobre a atual situação das pastagens no Brasil será lançado nesta quinta-feira, 11 de dezembro, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG)


Publicado em: 11/12/2014 às 08:40hs

Estudo inédito mostra a atual situação das pastagens brasileiras

Um estudo pioneiro sobre a atual situação das pastagens no Brasil será lançado nesta quinta-feira, 11 de dezembro, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O objetivo do trabalho é localizar, quantificar e qualificar as áreas de pastos, por meio de um levantamento detalhado que vem sendo realizado desde o ano passado. Com isso, a SAE pretende colaborar na orientação de políticas públicas, incluindo as voltadas para o crédito e extensão rural afetas ao setor agropecuário.

Os resultados do estudo serão apresentados durante o “Workshop: Radiografia das Pastagens”, em duas partes: a primeira vai explicitar os dados referentes ao estudo, fruto da parceria SAE/LAPIG-UFG; a segunda parte enfocará outras iniciativas e estudos existentes, abrindo espaço para as colocações dos especialistas presentes. A ideia é contribuir com o trabalho ou mesmo contrapor a abordagem do estudo. Os apontamentos sobre a colaboração do levantamento para a cadeia produtiva e os seus possíveis usos para a formulação de políticas também farão parte deste momento da discussão.

O evento será realizado no auditório da SAE, 7° andar, das 9h às 18h, com a participação de instituições de pesquisa, órgãos governamentais, instituições de ensino, entidades de classe e demais atores envolvidos com o tema. Às 11h, o subsecretário de Desenvolvimento Sustentável da SAE, Sergio Margulis, o assessor da SAE Rafael Fleury e o coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG, Laerte Ferreira, estarão à disposição dos jornalistas.

O workshop pretende, entre outros pontos, identificar onde estão as áreas de melhor e pior pasto no Brasil, dimensionar a importância de um pasto produtivo na diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa e na diminuição do desmatamento, e orientar regionalmente as políticas públicas de intensificação sustentável da pecuária nacional.

Os setores da pecuária e da agricultura representam 23% do PIB nacional e foram responsáveis pelo superávit na balança comercial brasileira nos últimos anos. A atividade agropecuária nacional absorve 21% da população economicamente ativa do país, segundo levantamento feito pela SAE.

Nos últimos 3 anos, a SAE tem desenvolvido parcerias com diversas instituições, como Embrapa (criação do Soma Brasil), UFMG (criação do Otimizagro), MAPA (criação do Núcleo de Inteligência Territorial), Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (criação da linha de crédito Intensifica Pecuária) e Banco do Brasil (espacialização dos dados do crédito agropecuário). O intuito de todo o trabalho e das parcerias é entender a dinâmica dos rearranjos produtivos nacionais e a importância estratégica da intensificação da pecuária como forma de alocação da expansão dos cultivos com menor pressão sobre a abertura de novas áreas.

Ainda de acordo com os dados levantados pela SAE, o Brasil é o quinto maior país do mundo em território, com 8,5 milhões de km2 de extensão e cerca de 25% da sua área (220 milhões de hectares) ocupada por pastagens. A maior parte do rebanho brasileiro, de 212 milhões de cabeças, é criada em pasto, o chamado boi verde (estima-se que somente 3% do rebanho são terminados em sistema intensivo).

A média de lotação de bois nos pastos brasileiros é de 1 cabeça por hectare. Em pastos vigorosos e produtivos, essa média cresce para patamares acima de 4 cabeças por hectare. Considerando que a intensificação da pecuária elevasse, até 2022, a média nacional para 1,3 cabeça por hectare (aumento de 30%), seria possível acomodar todo o rebanho bovino em uma área menor. Isso liberaria cerca de 44 milhões de hectares para o avanço de bioenergia, florestas plantadas e grãos, especialmente soja. Tudo isso sem a necessidade de conversão de novas áreas de florestas nativas.

No tocante a políticas públicas, o primeiro passo é esse estudo subsidiar as ações do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT) no MAPA/SAE. O NIT será um orientador na formulação de políticas agropecuárias.

Fonte: SAE/PR - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

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