Publicado em: 07/03/2013 às 15:50hs
O desenvolvimento da cultivar faz parte de uma parceria realizada entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Associação Sul-Brasileira para o Fomento da Pesquisa de Forrageiras (Sulpasto). O Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e o Presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, lançam as tecnologias da Embrapa às 11h desta sexta-feira (08/03), no estande do MAPA.
Além de oferecer uma nova opção para os produtores, o lançamento da cultivar BRS Estribo também faz parte de um esforço para a adequação do mercado a nova lei de sementes. De acordo com a legislação, só será permitida a comercialização de sementes de cultivares registradas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o objetivo de garantir produtos com níveis de qualidade e de pureza mínimos.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Daniel Montardo, que também ocupa a chefia adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da unidade, a nova cultivar apresenta importantes vantagens em relação às sementes da espécie atualmente disponíveis no mercado. A primeira delas é ofertar uma cultivar registrada aos produtores, com garantia de qualidade e de pureza das sementes, de acordo com a legislação.
Em relação ao capim sudão comum, a BRS Estribo também apresenta uma maior produção de forragem, maior perfilhamento e maior proporção de folhas. “São características que trazem maior segurança ao pecuarista, com sementes produzidas e comercializadas com registro no Mapa e uma cultivar que proporciona maior qualidade às pastagens e à alimentação dos rebanhos”, ressalta Montardo, que liderou as pesquisas que culminaram com o lançamento da BRS Estribo.
A utilização em grande escala do capim sudão, uma gramínea anual de verão, como forrageira para alimentação animal é relativamente nova, principalmente na região Sul. A espécie era mais usada para produzir palhada e cobertura de solos em áreas de cultivo de grãos no Centro-oeste do país. Com o tempo, as sementes excedentes produzidas nesses sistemas de cultivo começaram a ser utilizadas por produtores da região Sul como forrageira. Com o preço mais em conta que outras alternativas de verão, o capim sudão apresentou características que, aos poucos, foram popularizando a cultura. Em relação ao milheto, forrageira anual de verão muito utilizada na região sul, a espécie apresenta um ciclo mais longo e, consequentemente, oferta de alimentação para o rebanho por mais tempo. Já em comparação com o sorgo, o capim sudão não apresenta o risco de toxidade aos animais, conferindo maior flexibilidade ao manejo. Essas são algumas características que levaram os produtores a cada vez mais optar por esta espécie como forrageira.
Parceria
A parceria entre a Embrapa, a UFRGS e a Sulpasto foi firmada em 2008 com o objetivo de atender às determinações da nova lei de sementes, que exige a comercialização exclusivamente de sementes registradas e protegidas pelo Mapa. A própria constituição da Associação Sul-Brasileira de Fomento à Pesquisa de Forrageiras (Sulpasto), reunindo empresas produtoras e vendedoras de sementes forrageiras do Sul do Brasil, em 2007, faz parte do esforço de adequação deste novo contexto no mercado de sementes no país. A meta é lançar cultivares de 11 espécies de forrageiras, leguminosas e gramíneas, de verão e de inverno, adaptadas à região Sul do Brasil.
A primeira cultivar lançada foi em 2012, BRS Centauro de Aveia Preta, desenvolvida pela Embrapa Trigo e a segunda, o BRS Estribo, da Embrapa Pecuária Sul. Para 2013 está previsto ainda o registro junto ao Mapa de pelo menos mais seis cultivares. Além da Embrapa Pecuária Sul (Bagé-RS) e da Embrapa Trigo (Passo Fundo- RS), mais três unidades da empresa fazem parte da parceria: Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG), e Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG), além dos Escritórios de Negócios (SNT) de Passo Fundo e Capão do Leão (RS).
Fonte: Embrapa Trigo
◄ Leia outras notícias