Publicado em: 12/08/2013 às 14:00hs
O Beef Tour é uma viagem promovida e organizada anualmente pela CRI Genética Brasil, com apoio da CRI Internacional. A intenção da turnê é a de conhecer os principais fornecedores americanos da genética da bateria de taurinos da Central. Durante a estada, as práticas adotadas nos Estados Unidos, em termos de tecnologias genéticas, formas de manejo, gestão de equipe e administração no campo também são observadas atentamente, comparadas às realidades brasileiras e, guardando as devidas adequações aosistema, trazidas para aplicação nos nossos rebanhos.
Neste ano, o Beef Tour aconteceu entre os meses de junho e julho, com duração de 11 dias. Participaram do itinerário 31 brasileiros, sendo sete membros da equipe CRI, cinco representantes da Associação Brasileira de Angus (ABA) e 19 clientes convidados. Juntamente com três “guias” americanos, membros da equipe gerencial da CRI nos EUA, participantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Bahia e Goiás puderam acompanhar o roteiro de fazendas e palestras voltadas para a pecuária de corte.
De acordo com Daniel de Carvalho, gerente de corte da CRI Genética Brasil, entre as principais conclusões acerca do Beef Tour foi que, para além do contato cliente- fornecedor, “aflorou o relação de amizade e companheirismo”. Para ele, nesses dias de convivência e aprendizagem “o grupo, certamente, retornou com um pensamento diferente sobre a gestão do seu próprio negócio”.
O roteiro
Dentre as fazendas escaladas para visitação estavam a Ostrand, Slagle, Jindra, Mohnem, Ellingson (todas levam o segundo nome “Angus”), a Schaff Angus Valley, a PenhrosFarmAngus e a Ludvigson Stock Farms, além do confinamento Wulf e a central de coleta da CRI, Hawkeye West.
No trajeto de 3.300 km percorridos, um dos destaques foram os confinamentos, facilmente encontrados em áreas onde há disponibilidade de subprodutos alimentícios. É o caso da Slagle Angus, localizada em uma região de transição para o sistema de produção de cria, localizada no raio de cultivo de grãos dos EUA, o chamado “Corn Belt” americano. Segundo Daniel, “são terras férteis e planas, e o visual impressiona bastante”. O rebanho de 800 cabeças da Slagle acompanha essa a geografia do lugar, contendo matrizes de estruturas extraordinárias, de peso bastante elevados e qualidade dos bezerros ao pé. Da parceria entre a Slagle e Ostrand Angus, a CRI Genética Brasil contratou o touro High Definition, que chega para os pecuaristas brasileirosainda em 2013.
Outro confinamento visitado foi o Wulf. Além de abateram 45 mil cabeças por ano, o fato da não utilização de hormônios e promotores de crescimento chamou atenção dos brasileiros. A prática contrária é largamente difundida nos EUA e o Wulf ainda representa, segundo a equipe, um nicho de mercado, mas que tem crescido nos negócios americanos.
O manejo e cultivo de pastagens, que recebem até adubação, algo incomum para os nós brasileiros, foram observados na Jindra Angus, em Clarkson, fazenda composta debezerros de muita musculosidade, profundidade de costelas e boas estruturas. “Sem dúvida, o ambiente é super favorável para os animais demonstrarem todo o potencial genético que possuem”, comenta Daniel. Da Jindra Angus, a CRI traz mais uma contratação para o Brasil, o Double Vision, atual touro campeão em Peso ao Ano da raça.
Em Britton, South Dakota, a chance de conhecer o rebanho das 1.000 vacas que compõe Penhros Farm foi singular. As fêmeas da fazenda são base para colocar em prática o Beef Quest Graduated, programa de teste de progênie desenvolvido pela CRI. Anualmente, do total da vacada, 70% são inseminadas, em maioria, com touros jovens da CRI. Os produtos obtidos são mensurados, pesados, avaliados por ultrassonografia, abatidos e, ainda, aferidos no pós abate, acurando as DEPs dos pais. Daniel ressaltou a simplicidade, agregada à grande funcionalidade do sistema como um todo da Penhros Farm. “Isso se traduz em um rebanho de altíssima qualidade, com matrizes de muito leite e pastagens muito bem manejadas”.
Conhecer o a Schaff Angus Valley (SAV), considerado o melhor criatório de Angus do mundo, inquestionavelmente era uma curiosidade dos visitantes. A fazenda, de 4,5 mil hectares e gado extremamente padronizado, ilustra o padrão americano de criação. É da SAV que vem importantes touros da CRI, como Traveler, Net Worth, Bismarck, Brand Name e Density.
Concluindo a viagem, a Hawkeye West, central de coleta de touros de corte da CRI,foi uma das paradas mais esperadas pelos viajantes. O modelo enxuto e funcional se divide em cinco galpões de touros, com seus respectivos piquetes e instalações de coleta, um escritório administrativo central, um laboratório de processamento, envasamento e análises e um grande centro de armazenamento. Na central de coleta, até 250 touros são alojados por temporada.Durante um ano, 500 touros chegam a ser coletados na Hawkeye West, que também presta serviço para terceiros.
Ver de perto e compreender a logística da central de coleta tem sua representatividade, afinal a Hawkeye West é uma das etapas essenciais do processo reprodutivo de bovinos, tanto nos EUA quanto no Brasil. É de lá que sai uma quantidade significativa dos produtos taurinos que serão utilizados nos rebanhos dos quatro cantos do nosso País, chegando aos produtores por meio dos representantes da CRI, que, com iniciativas como o Beef Tour, se tornam cada vez mais capacitados.
Com o bom atendimento e o carinho de cada um dos anfitriões como plano de fundo, a experiência vivenciada pelo grupo durante o Beef Tour trouxe não só conhecimentos técnicos e sobre a empresa, mas também a certeza de que “simplicidade pode combinar com superioridade e com muita hospitalidade”, conclui Daniel de Carvalho.
Fonte: Berrante Comunicação
◄ Leia outras notícias