Publicado em: 08/07/2014 às 09:00hs
Uma das mais tradicionais exposições agropecuárias paulistas, a Expô, começa nesta sexta-feira (4/7) em Araçatuba (SP). Cerca de 1100 animais, entre bovinos, ovinos e equinos, serão expostos e julgados até o próximo dia 14/7. A expectativa é que a feira movimente algo em torno de R$ 50 milhões e os leilões, R$ 15 milhões, ante os R$ 6,5 milhões de 2013.
A novidade para este ano, de acordo com o presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), Marco Antonio Viol, é que os julgamentos da raça nelore, que valem para o ranking nacional da raça, serão retomados no recinto Clibas de Almeida Prado. Havia três anos que a pista estava fechada para o nelore. “É um momento histórico para a raça. Estamos retomando os julgamentos no ano em que o Nelore VR completa 100 anos”, lembra.
Viol lembra, ainda, que raças ovinas (sulffolk, dorper, white dorper, santa Inês, ile de france e texel) e eqüinas (mangalarga marchador, mangalarga paulista e quarto de milha) também terão espaço na pista de julgamento.
Além do nelore, haverá exposição e julgamento das raças brahman, senepol, sindi, angus, brangus, braford, gir, girolando e holandês.
Outra novidade é que o Siran está investindo em uma semana intensa de cursos de capacitação para produtores rurais durante a Expô. No recinto, haverá um quiosque da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) onde os interessados podem fazer as inscrições. Os cursos práticos acontecem em fazendas da região e abordam diversos temas.
Raça Nelore
A homenagem ao centenário da marca VR acontecerá na Casa do nelore, que fica dentro do recinto Clibas de Almeida Prado. Segundo o Siran, o rebanho VR começou em 1914, em uma fazenda em Uberaba (MG). Vicente Rodrigues da Cunha havia comprado 14 novilhas e um touro. Nos anos 1930, adquiriu mais 600 matrizes. Já em 1935, na Exposição Agropecuária do Triângulo Mineiro, teve seus animais reconhecidos.
Vicente Rodrigues da Cunha morreu em 1942, época em que a família mudou-se para Araçatuba. Em meados de 1950, seu filho Torres Homem Rodrigues da Cunha passou a interessar-se por genética. Foi à Índia com o veterinário José Deusth e o peão José da Silva, o “Dico” que ficou conhecido em todo o Brasil por ser um dos maiores conhecedores da raça nelore. O trio trouxe na bagagem touros como Karvadi, Golias, Rastã e Bramine e matrizes como Ashoka, Andra, Chintaladevi, Chilara, Hiderabad, Mahannandi, Mara e Marna.
Estes animais deram origem às principais linhagens da raça no Brasil nas décadas seguintes. Em 1968, Torres Homem investiu no primeiro laboratório de coleta de sêmen do país, em Araçatuba. Já em 2004, o filho José Carlos Prata Cunha retomou as importações da Índia para renovar o rebanho. Os embriões são coletados lá, congelados e enviados ao Brasil para serem transferidos nas fazendas do interior paulista.
Fonte: Globo Rural
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