Publicado em: 23/05/2014 às 12:10hs
O assunto central dos debates foi a possibilidade de tornar o Estado reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa, sem a necessidade de vacinação.
Áreas livres- Atualmente, o Paraná e outros 14 estados brasileiros – além do Distrito Federal e da região Centro-Sul do Pará – são considerados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) áreas livres da doença com a aplicação de vacina. “Seria importante conquistar um novo padrão de reconhecimento internacional. É um desafio por ser um projeto de longo prazo, mas é preciso dar o primeiro passo”, avaliou Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento e presidente do Conesa.
Poder de difusão- O secretário explica que, de alto poder de difusão, o vírus da febre aftosa é a grande causa de embargos entre países. “Aqueles que são livres da doença estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com aftosa, o que gera efeitos negativos sobre a pecuária e à economia do País, com graves consequências sociais”, disse.
Transição - Ortigara complementa que o embate para a transição para Estado livre de aftosa sem vacina se dá em função dos investimentos necessários na ação. Se por um lado o Estado anularia os gastos com a aplicação da vacina, teria que investir ainda mais na vigilância sanitária dos rebanhos paranaenses.
Mudança - “O governo estadual tem se preparado para essa mudança, começando pela criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), há dois anos, e com o reforço do quadro da agência, em 2014, com a contratação de 200 novos profissionais por meio de concurso público”.
Necessidade - “O Paraná e o Brasil querem e precisam evoluir para conquistar mercados mais exigentes. O custo para alcançar esta chancela de qualidade é alto, mas estes países também pagam muito melhor por estes produtos”, disse Inácio Afonso Kroetz, presidente da Adapar. Ele também explicou que o Paraná não pensa em traçar este caminho sozinho e por isso busca trabalhar com outros estados para aprovar a eliminação da vacina.
Lácteos e outros produtos– Pensando em ampliar ainda mais as exportações no futuro, o Paraná também visa intensificar outras ações de defesa agropecuária para comercializar produtos lácteos, produtos vegetais e outros tipos de carne nestes grandes mercados internacionais.
Brucelose e tuberculose- Um dos programas que contemplam esta categoria é o de Erradicação de Brucelose e Tuberculose, que foi instituído no final de 2013 e entrou em vigor neste ano, visando a melhoria da qualidade do leite e, consequentemente, dos produtos lácteos.
Multa - De acordo com as novas normas, os produtores que não vacinarem seus animais contra a brucelose no período recomendado, com a vacina B19, serão multados e terão a obrigatoriedade de comprovar a vacinação do rebanho com a vacina alternativa RB51.
Feapos - No caso da tuberculose, o Governo do Estado tem indenizado com recursos do Fundo de Equipamento Agropecuário (Feapos) os produtores que têm animais sacrificados por terem contraído a doença. “Desde que o programa de indenização entrou em vigor, o número de notificações de casos de tuberculose aumentou no Estado. Apesar de este parecer um dado negativo, é o contrário. Antes, era preciso fiscalizar as propriedades para saber se havia animais infectados com tuberculose. Hoje, se eles foram sacrificados, o produtor nos procura para informar e receber a indenização”, explica Kroetz.
Comprovação - Assim, os produtores terão de comprovar a ausência de tuberculose e brucelose de todo rebanho leiteiro para comercializar seus produtos. Já aos laticínios cabe exigir os exames do rebanho leiteiro de seus fornecedores de leite in natura, não podendo receber e comercializar o produto das propriedades que não comprovarem os exames de brucelose e tuberculose e a vacinação contra a brucelose em seu plantel.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná
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