Nutrição

ICAP de setembro registra queda e amplia margens do confinamento no Brasil

Queda expressiva do ICAP em setembro de 2025


Publicado em: 14/10/2025 às 12:00hs

ICAP de setembro registra queda e amplia margens do confinamento no Brasil
Foto: Ceva

Em setembro de 2025, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) apresentou redução significativa nas duas principais regiões produtoras de gado de corte do Brasil. No Centro-Oeste, o ICAP caiu para R$ 12,65, recuo de 10,54% em relação a agosto, enquanto no Sudeste, o índice fechou em R$ 12,18, com queda de 2,79%.

A retração reflete a combinação de fatores, incluindo a safra recorde de grãos, que ampliou a disponibilidade de milho, farelo de soja e outros coprodutos, e a demanda externa abaixo do esperado, que reduziu a pressão sobre os preços domésticos.

Centro-Oeste: redução de custos em todas as categorias de insumos

Na região Centro-Oeste, a queda do ICAP foi impulsionada por todos os componentes das dietas de confinamento:

  • Alimentos volumosos: -16,94%
  • Proteicos: -13,60%
  • Energéticos: -2,94%

O custo da dieta de terminação, a mais cara do ciclo produtivo, recuou 14,12%, fechando em R$ 1.069,35 por tonelada de matéria seca. Além disso, houve redução no consumo de alimento pelos animais (-1,81%), colaborando para a diminuição do índice na região.

Sudeste: recuo moderado, mas custos ainda elevados

No Sudeste, os custos energéticos e proteicos também caíram, com redução de 6,41% e 5,31%, respectivamente. A dieta de terminação custou R$ 1.130,79 por tonelada de matéria seca, queda de 6,46% em relação ao trimestre anterior.

Entre os insumos com maior redução de preço, destacam-se:

  • Milho grão seco: -11,26%
  • Polpa cítrica: -4,35%
  • Caroço de algodão: -3,49%
  • DDG: -0,43%

Apesar da queda, o Sudeste mantém custos mais elevados que no ano passado devido à menor disponibilidade local de milho e à alta de insumos específicos.

Comparativo anual e impacto nas margens do confinamento

Ao comparar setembro de 2025 com setembro de 2024:

  • Centro-Oeste: queda de 6,50% no custo nutricional da engorda
  • Sudeste: aumento de 2,70%

O efeito prolongado da safra recorde mantém os custos abaixo do observado em 2024 no Centro-Oeste, enquanto no Sudeste a escassez de alguns insumos mantém o ICAP elevado.

O cenário atual, com custos em queda e arroba estável, favorece as margens do confinamento. Com base nos valores médios do ICAP, a estimativa do custo da arroba produzida é:

  • Centro-Oeste: R$ 185,64
  • Sudeste: R$ 193,34

Esses patamares permitem lucros superiores a R$ 840,00 por cabeça, considerando apenas o preço de balcão. Para ampliar a margem, o pecuarista pode buscar bonificações junto aos frigoríficos, com o diferencial do Boi China variando entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.

Perspectiva do mercado

O avanço da nova safra de grãos e a necessidade de capitalização dos produtores continuam pressionando os custos para baixo. Com o preço do boi gordo estável, os confinamentos operam com maior rentabilidade, especialmente para pecuaristas que conseguem otimizar eficiência produtiva e negociar bonificações com frigoríficos.

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Fonte: Portal do Agronegócio

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