Na capital uruguaia, este domingo, dia 3 de maio, foi momento de preencher mais oito vagas rumo à decisão do Freio de Ouro. Após três dias de disputa sediadas no Parque de Exposições do Prado, em Montevidéu, foram definidos os vencedores da Classificatória de Montevidéu, seletiva organizada pela Associação de Criadores de Cavalos Crioulos do Uruguai.

Além das dificuldades naturais impostas por cada etapa, os 19 conjuntos participantes enfrentaram as adversidades do tempo, que sofreu mudanças bruscas, com direito a calor, chuva e, logo após, muito frio. No entanto, alheios a essas questões, a fêmea Formosa Charrua e o macho RD Entonado saíram da prova com os melhores desempenhos, sagrando-se como os grandes campeões da semifinal.

Para João Rouget Pérez Wrege, proprietário da égua vencedora, a viagem para competir nas pistas do país vizinho não é nenhuma novidade. Wrege classificou animais nas cinco vezes em que levou animais à semifinal uruguaia. “Por morar na região da fronteira, nós temos uma relação natural com o país e sempre tivemos uma recepção muito boa de um pessoal muito atencioso quando estamos aqui”, complementa. A lida com o exemplar premiado também tem a característica familiar bastante presente. “A preparação é todo do meu filho, Ricardo, ele que domou a égua e fez todo o trabalho, então isso também faz diferença no resultado”, comenta com orgulho o criador.

No caso do macho mais bem colocado na prova, a chegada ao topo do pódio exigiu muito trabalho para superar as adversidades. De acordo com Vanessa Boscardin e Lizeu Boscardin, casal que estava representando o criatório no evento, o tempo anterior à disputa envolveu treinamento e cuidados com a saúde do animal. “O começo não foi fácil, o cavalo adoeceu então nós tivemos que tratar primeiro e depois ainda conseguimos treinar ele alguns meses antes. Para isso tudo contamos com uma ótima equipe de profissionais e graças a essa dedicação nós conseguimos chegar aqui”, conta o ginete.

Em um ambiente que proporcionou a interação entre brasileiros e uruguaios, a troca de experiências se mostrou essencial para o crescimento do Crioulo. Na visão do jurado João Luís Arísio, o evento deve contribuir com o fortalecimento da raça e da relação entre os países. “Eu vejo que essa semifinal se caracterizou e teve como principal ponto positivo a entrada de um número maior de participantes oriundos do próprio Uruguai. Isso nos ajuda a difundir ainda mais a raça pelo país visto que o nosso cavalo é único e essa integração é muito importante nesse sentido”, avalia. Além de Arísio, Mauro Raimundi Ferreira e Guilherme Abascal formaram o júri da seletiva.