Equídeos

Estereotipias em equinos: estresse, confinamento e deficiência nutricional são as principais causas

Antes de serem domesticados, os cavalos eram animais selvagens que aproveitavam sua liberdade, desfrutando de áreas extensas para se exercitar à vontade


Publicado em: 25/09/2020 às 13:40hs

Estereotipias em equinos: estresse, confinamento e deficiência nutricional são as principais causas

Com o tempo, o ser humano foi modificando essa rotina e os equinos se tornaram animais domésticos, mas que ainda precisam manter algumas de suas necessidades naturais para evitar as estereotipias.

Estereotipias são comportamentos estranhos do animal que demonstram que algo está errado. As causas podem ser o estresse, confinamento e até mesmo a nutrição. Por isso, é muito importante que o cavalo tenha descansos e intervalos consideráveis, sempre tirá-lo do confinamento para que possa se exercitar e ficar livre para se movimentar da forma que quiser, ter contato com outros cavalos e com humanos, além de tomar muito cuidado com o manejo nutricional do animal.

As estereotipias mais comuns são: mastigar madeira, aerofagia (engolir ar), andar em círculos, ingestão da cauda ou crina, bater os pés, sacudir a cabeça e comer terra ou as próprias fezes (coprofagia). Normalmente esses comportamentos são repetitivos e podem ser identificados rapidamente, deixando claro que há a necessidade de mudar o tratamento que o cavalo recebe, já que cada um deles pode ter uma causa diferente. Confira:

Aerofagia: este vício caracteriza-se pelo ato do animal “engolir ar”, utilizando alguma superfície sólida (porta da baia, cochos, entre outras), ocasionando o desgaste excessivo dos dentes incisivos. É mais comum a ocorrência em animais nervosos e hiperativos.

Andar em círculos: o confinamento é a principal causa desse comportamento. Isso demonstra que o animal precisa de espaço livre para se exercitar e sentir a liberdade que tem por natureza. É indicado deixar que o cavalo tenha seus momentos livres em um piquete.

Bater os pés: esse comportamento pode ser causado pelo confinamento ou a antecipação da alimentação. Esse movimento pode causar desnivelamento do piso da cocheira e até mesmo o desgaste desigual das ferraduras.

Sacudir a cabeça: é normal que o cavalo tenha esse comportamento para espantar insetos, porém se o movimento se tornar repetitivo durante um exercício físico ou trabalho, é importante verificar se não há afecções de ouvido ou da área nasal.

Mastigar madeira: as principais causas são tédio, estresse e deficiência nutricional e pode ocorrer por falta de minerais ou utilização de um único volumoso.

Comer terra ou as próprias fezes (coprofagia): em potros de duas a cinco semanas, a coprofagia pode ser considerada um comportamento normal, já que auxilia na formação da microbiota intestinal. Agora, se ocorrer com animais adultos a situação se torna preocupante, porque pode causar doenças e cólicas. Esse ato é o resultado de uma alimentação com pouco sal ou de um volumoso com baixa qualidade.

Essa deficiência nutricional da falta de sal mineral é considerada grave, já que os minerais exercem várias funções metabólicas no organismo animal. “Por isso, é imprescindível que faça o acompanhamento diário para verificar a quantidade correta de sal ingerida pelo cavalo e avaliar seu estilo de vida, as condições climáticas e os tipos de exercício que executará. Com todos estes dados em mãos, é mais assertivo realizar um programa nutricional”, explica Luzilene Araujo de Souza, técnica de equinos na Guabi Nutrição e Saúde Animal.

Fonte: LN Comunicação

◄ Leia outras notícias