Caprinos e Ovinos

Partos múltiplos em ovinos aumentam no Brasil com avanço genético e manejo especializado

Nascimentos de trigêmeos, quadrigêmeos e quíntuplos se tornam mais comuns


Publicado em: 15/08/2025 às 12:30hs

Partos múltiplos em ovinos aumentam no Brasil com avanço genético e manejo especializado
Foto: Robispierre Giuliani

Casos de partos múltiplos em ovinos, incluindo trigêmeos, quadrigêmeos e até quíntuplos, têm chamado atenção de criadores e da imprensa nas últimas semanas. Esses nascimentos, antes considerados raros, refletem o avanço do melhoramento genético e o uso de práticas reprodutivas modernas nos rebanhos brasileiros.

Relatos recentes vieram de cidades como São Sepé, Quevedos, Pinheiro Machado, Xangri-lá e Ronda Alta, no Rio Grande do Sul; Castro, no Paraná; e Quixeramobim, no Ceará. Em algumas propriedades, o nascimento de quatro ou cinco cordeiros repercutiu fortemente nas redes sociais e na mídia regional.

Genética como motor dos partos múltiplos

Segundo Fabricio Willke, técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), o aumento de partos múltiplos está diretamente relacionado à seleção genética das raças. “Algumas raças ovinas são selecionadas para alta prolificidade. Genes específicos, como o Booroola, identificado na raça Merino e depois introduzido em Corriedale e Texel, e o gene Vacaria, presente na raça Ile de France, foram testados pela Embrapa e aumentam significativamente a chance de nascimentos múltiplos”, explica.

Manejo reprodutivo potencializa resultados

O manejo reprodutivo também influencia na ocorrência de partos múltiplos. Protocolos hormonais aplicados para indução de cio favorecem a ovulação múltipla, mesmo em condições ambientais ou nutricionais adversas. “Animais portadores desses genes tendem a ter mais de um cordeiro por parto”, reforça Willke.

Benefícios para produtividade e rentabilidade do rebanho

Para os criadores, os partos múltiplos representam uma ferramenta estratégica de aumento da produtividade sem necessidade de ampliar o rebanho. “Ao introduzir esses genes por meio de reprodutores ou matrizes, é possível elevar a taxa de natalidade e desmame, melhorando a rentabilidade. Entretanto, é fundamental adequar o manejo nutricional e sanitário à nova realidade”, alerta o técnico.

Fonte: Portal do Agronegócio

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