Publicado em: 07/08/2023 às 13:10hs
Açúcar: Os preços médios do açúcar cristal branco caíram em julho no mercado spot do estado de São Paulo. O clima durante o mês, considerado pico de safra, foi de pouca chuva, o que favoreceu a colheita de cana-de-açúcar e a produção nas usinas do estado. Nesse cenário, de modo geral, compradores pressionaram os valores da saca do cristal. Até mesmo as retiradas dos contratos previamente negociados com as usinas estiveram atrasadas, segundo algumas indústrias alimentícias consultadas pelo Cepea. Esses agentes indicaram queda no consumo de produtos no varejo. Já a oferta do tipo de melhor qualidade (Icumsa até 150) esteve baixa, devido ao aumento das exportações.
Algodão: Os preços do algodão em pluma subiram na maior parte de julho, após iniciarem o mês nos menores patamares nominais desde meados de outubro/20. Mesmo assim, a média mensal fechou no patamar mais baixo dos últimos três anos, em termos reais. Os preços internos ficaram, inclusive, inferiores à paridade de exportação, o que não é comum. Com isso, vendedores permaneceram firmes em suas pedidas, influenciados pelos maiores valores internacionais, contribuindo para a recuperação parcial dos preços.
Arroz: Os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul subiram em julho, influenciados pela restrição vendedora e pelo maior interesse comprador, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A média do Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi de R$ 84,17/saca de 50 kg em julho, 2,74% maior que a de junho e 10,23% superior à de jul/22, em termos nominais. No acumulado de julho (de 30 de junho a 31 de julho), o Indicador avançou 7,17%.
Boi: Depois de registrarem, de janeiro a junho de 2023, o segundo melhor desempenho da história para um primeiro semestre, as exportações brasileiras de carne bovina iniciaram a segunda metade do ano enfraquecidas. E esse cenário foi verificado mesmo diante da queda nos preços da carne para exportação – em julho, o valor médio pago pela tonelada da proteína foi o menor desde março de 2021.
Café: Os preços médios dos cafés arábica e robusta recuaram de forma expressiva entre junho e julho. Para o arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, posto na capital paulista, teve média de R$ 819,61/saca de 60 kg em julho, diminuição de 11,8% (ou de quase 110 Reais/sc) frente ao mês anterior. Quanto ao robusta, a média de julho foi de R$ 649,29/sc, queda de 8,07% (ou de 56,97 Reais/sc).
Etanol: As cotações dos etanóis anidro e hidratado recuaram no mercado paulista em julho, visto que a demanda esteve bastante fraca em boa parte da região Centro-Sul. Nem mesmo o ligeiro aumento na procura por combustíveis no final do mês em função da expectativa de aumento no preço da gasolina nas refinarias (devido à recente valorização do petróleo) e também da volta às aulas foi suficiente para sustentar os preços.
Frango: A carne de frango registrou desvalorização em julho. A grande quantidade de proteína disponível no mercado interno, devido à baixa demanda doméstica e à queda nas exportações, resultou na diminuição dos preços. No atacado do estado de São Paulo, o frango inteiro resfriado teve média de R$ 5,82/kg em julho, baixa de 3,5% frente à de junho. Na mesma comparação, o produto congelado se desvalorizou 2,8%, com média de R$ 5,86 no último mês.
Milho: Os preços do milho finalizaram julho em queda no mercado brasileiro, devido ao avanço da colheita e às baixas no mercado internacional em partes do mês. No Brasil, as negociações estiveram em ritmo lento, visto que compradores estiveram à espera de novos recuos nas cotações com o avanço da colheita. Vale lembrar que a oferta elevada na atual temporada e a baixa negociação antecipada preocuparam agentes, e parte dos vendedores aceitou negociar lotes a patamares inferiores.
Ovinos: Os preços do ovino vivo apresentaram comportamentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea em julho. A Bahia foi a região que apresentou a alta mais significativa, de 9,3%, no preço do cordeiro vivo, com o quilo passando de R$ 18,29 em junho para R$ 20,00 em julho. Segundo colaboradores do Cepea, a maior demanda de restaurantes pela carne contribuiu para impulsionar os valores do animal.
Soja: As indústrias brasileiras estiveram mais ativas nas aquisições da soja em grão em julho. Esse cenário elevou a disputa entre compradores domésticos e externos da oleaginosa, resultando em alta nos preços nacionais, que alcançaram os maiores patamares reais desde março deste ano.Além disso, sojicultores brasileiros estiveram retraídos nas vendas de grandes volumes. Uma parcela dos produtores mostrou preferência por guardar o remanescente da safra 2022/23 em silos-bolsa em vez de comercializar no mercado spot – vale lembrar que esse tipo de armazenamento não é comum para a soja, pois pode elevar a umidade do grão.
Trigo: Em julho, os agentes do mercado de trigo seguiram atentos ao desenvolvimento das lavouras, especialmente no Hemisfério Sul, enquanto os trabalhos de colheita estavam avançando no Hemisfério Norte. Ao mesmo tempo, esses agentes estiveram monitorando os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, que se acirrou após o fim do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro no mês.
Fonte: CEPEA
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