Publicado em: 08/09/2023 às 11:00hs
Açúcar: O andamento da colheita da cana-de-açúcar da atual safra 2023/24 seguiu sem interrupções em agosto, devido ao tempo seco, mantendo a produção dentro da normalidade nas usinas. Esse cenário poderia exercer uma pressão de baixa sobre os preços do açúcar, mas a estabilidade verificada na primeira quinzena do mês e alta na segunda metade de agosto foram atribuídas à postura mais firme das usinas, tendo em vista a maior remuneração da commodity no mercado internacional. As exportações de açúcar estiveram aquecidas, com rentabilidade superior à do mercado interno.
Algodão: Apesar de a colheita e o beneficiamento da temporada 2022/23 terem avançado ao longo de agosto, os valores do algodão em pluma acumularam alta no mês – trata-se, inclusive, do terceiro avanço mensal consecutivo. Atentos ao campo e priorizando a entrega de contratos a termo, cotonicultores estiveram afastados do mercado spot. Os produtores ativos estiveram firmes nos preços pedidos nas novas negociações, fundamentados nas valorizações externas.
Arroz: As cotações do arroz em casca subiram de forma expressiva no mercado do Rio Grande do Sul em agosto. O Indicador CEPEA/IRGA-RS do casca (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) registrou alta de 12,06% no acumulado de agosto (de 31 de julho a 31 de agosto). A média mensal do Indicador foi de R$ 93,30/saca de 50 kg em agosto, 10,85% superior à de julho/23. Agentes indicam que os valores podem continuar subindo, com possibilidade de alcançarem os patamares observados durante a pandemia de covid-19, na casa dos R$ 106/sc. Os aumentos seguem atrelados à forte demanda e à menor oferta.
Boi: Os preços do bezerro estão em movimento de queda desde meados de 2021. A pressão sobre os valores vem sobretudo da maior oferta, resultado de avanços no uso de tecnologias para produção e, consequente, do aumento da produtividade. Neste caso, produtores, estimulados pelos elevados patamares de negociação da arroba bovina e pela aquecida demanda internacional pela carne brasileira, elevaram os investimentos no setor. Além disso, foi verificada uma maior retenção de matrizes entre 2020 e 2021 (vacas adultas e novilhas), justamente no intuito de se recuperar a produção.
Café: Os preços domésticos dos cafés arábica e robusta registraram ligeiras altas em agosto. No entanto, apesar das leves valorizações, a liquidez seguiu baixa, tanto no mercado doméstico quanto para exportação, visto que os agentes estiveram bastante retraídos para a realização de negócios. Na média de agosto, o preço do arábica fechou a R$ 826,89 por saca de 60 kg, elevação de 0,9% frente ao de julho. Para o robusta, o valor médio ficou 0,6% acima do de julho, a R$ 653,22/sc.
Etanol: Em agosto, mês de pico de colheita de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, os preços do etanol hidratado seguiram estáveis no segmento produtor do estado de São Paulo. Considerando-se as semanas cheias do mês, a média do Indicador CEPEA/ESALQ desse biocombustível foi de R$ 2,1524/litro, pequena queda de 0,26% na comparação com a de julho.
Frango: Os preços de parte dos produtos de origem avícola registraram quedas no encerramento de agosto em algumas regiões do Brasil, devido ao típico enfraquecimento das vendas nesse período. No entanto, as fortes altas registradas na maior parte do mês garantiram médias mensais superiores às de julho, tanto para o frango vivo quanto para a carne.
Milho: O avanço da colheita da segunda safra brasileira de milho, as estimativas oficiais indicando produção recorde no País e o início da colheita nos Estados Unidos mantiveram compradores afastados do mercado spot nacional em agosto. Nesse cenário, os negócios estiveram em ritmo lento na maior parte do mês, e os preços cederam.
Ovinos: Assim como observado em julho, os preços do cordeiro vivo seguiram apresentando direções opostas dentre as praças acompanhadas pelo Cepea em agosto. No estado de São Paulo, o quilo do animal vivo passou de R$ 11,75 em julho para R$ 12,50 em agosto, alta de 6,4% no período. Trata-se ainda, da valorização mais intensa dentre as regiões analisadas pelo Cepea.
Soja: A valorização do dólar frente ao Real, a maior demanda externa pela soja do Brasil e a retração de parte dos sojicultores brasileiros impulsionaram as cotações da oleaginosa em agosto. No entanto, os maiores fluxos de soja e de milho resultaram em aumentos nos preços do frete e redução da disponibilidade de cotas nos portos nacionais.
Trigo: As cotações do trigo seguiram em queda no Brasil em agosto. Além da desvalorização externa do cereal, a pressão sobre os valores domésticos também veio da maior disponibilidade de trigo no País, diante do avanço da colheita, e da demanda pontual. Inclusive, as médias mensais de agosto foram as menores desde dezembro de 2019 no Paraná e em São Paulo, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).
Fonte: CEPEA
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