Empreendedor audacioso, Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ Alimentos, sediada em Pirassununga (SP), mais uma vez surpreende o mercado, agora com o lançamento da linha de carne de cordeiro mais precoce do Brasil. Essa é a Dorper Lamb, formada por seis cortes especiais provenientes de cordeiros meio-sangue Dorper ou White Dorper, abatidos entre 90 e 120 dias de idade, pesando entre 35 e 40 quilos. "É, seguramente, a melhor carne de cordeiro disponível no mercado e chega para suprir uma carência por produtos de excelência", garantiu o empresário ao final do 1º Congresso Nacional de Cordeiros de Corte - ConCcorte, que ocorreu durante a 7ª Exposição da Raça Dorper, em Jaguariúna (SP).

Este segmento do agronegócio ainda engatinha rumo à organização de sua cadeia produtiva, no entanto, o empresário saiu na frente quando decidiu adotar um modelo singular de produção, unificando elos e agregando valor ao produto final. Enquanto indústria, a VPJ alimentos somente produz alimentos que atendam aos anseios do consumidor em termos de qualidade.

Nesta nova linha, os animais meio-sangue Dorper ou White Dorper são apartados para o abate na reta final da desmama. Não passam pelo confinamento, como ocorre em outros programas, mas junto ao leite pode ser administrada uma suplementação especial à base de farelo de milho, soja e sal mineral. Além da maciez e da suculência fora do comum, outro diferencial da Dorper Lamb é que os animais quando vivos são expostos minimamente a tratamentos químicos, alguns sequer passam por vermifugação.

Este novo projeto é uma derivação do Programa Cordeiro Prime, que já atendia nichos elitizados, com matéria-prima fornecida por quase 70 parceiros em estados estratégicas, como São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Juntos, eles responderão por 40 mil cordeiros precoces abatidos em 2014. Diferente da Dorper Lamb, na linha Prime os cordeiros podem ir para o gancho aos 150 dias. E em ambos os processos das marcas são certificados internacionalmente pela Aus-Qual através de sua representante brasileira, a Brasil Certificações, que foi adquirida pela Genesis Group.

A certificação começa logo que os animais desembarcam nos frigoríficos credenciados, onde são avaliadas as características fenotípicas para que se tenha certeza de que realmente trata-se de produtos meio-sangue Dorper ou White Dorper. O próximo passo é verificar a dentição dos animais, para confirmar a idade precoce; e a distribuição de gordura na carcaça. A padronização dos lotes também é um atributo essencial. Em seguida, os inspetores vão até Pirassununga, onde acompanham a recepção e todo processamento, até que os cortes estejam embalados.

Para atingir um nível avançado como esse, é primordial contar com animais que se provem precoces e com excelente acabamento e rendimento de carcaça. Aliás, essa qualidade genética é bonificada em torno de 10% pela VPJ Alimentos aos parceiros do projeto, que ainda oferece toda assistência técnica necessária. Dessa forma, garante-se escalas constantes por produtores de alto padrão.

Raças sul-africanas - Existem no Brasil cerca de quarenta microclimas diferentes, condição que exige raças de corte rústicas, que produzam cordeiros produtivos, mesmo em condições adversas. Valdomiro encontrou a solução para este problema nas raças Dorper e White Dorper, em 2003, importando os primeiros embriões da África do Sul e depois da Austrália. Sua aposta foi tão grande e certeira que em apenas um ano já prospectava as grifes de carne de cordeiro.

No cruzamento com outras raças, ovinos Dorper e White Dorper levam a cordeiros com valor de carcaça singular. São por essas vantagens que apenas são aceitos nos programas da VPJ Alimentos animais comprovadamente meio-sangue dessas duas raças. "Se o mercado sinalizou esse interesse crescente pela carne de cordeiro foi graças à entrada do Dorper e do White Dorper no Brasil", acredita o criador. Hoje, seu plantel reúne 800 matrizes nos programas Cordeiro Prime e Dorper Lamb.

Qualidade é fundamental – Paulo Schwab, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (ARCO), reforça que qualidade é um fator determinante e que esta nova linha chega em um momento oportuno. O Brasil reúne cerca de 17 milhões de cabeças, mas para começar a se pensar em autossuficiencia precisaríamos de volumes três, quatro vezes maiores que este. “Para tanto, é preciso mirar esforços na organização da cadeia produtiva como um todo, capacitar nossa mão de obra, ter controle sobre os abates e uma coisa que os criadores brasileiros já fazem muito bem: investir na genética para conseguir bons produtos”, disse ao final do lançamento. Indo além, Valdomiro Poliselli Júnior defende que antes de mais nada é preciso estar atento às exigências do consumidores.

MAIS INFORMAÇÕES
Associação Brasileira de Criadores de Dorper (ABCDorper)
Telefone: (11) 3816-0186
E-mail: secretaria@abcdorper.org.br
Site: www.abcdorper.com.br