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Setor lácteo lança mobilização nacional e cobra ações emergenciais para proteger o leite brasileiro

Produtores e indústrias pedem medidas urgentes contra avanço de importações que afetam renda e empregos


Publicado em: 31/10/2025 às 11:35hs

Setor lácteo lança mobilização nacional e cobra ações emergenciais para proteger o leite brasileiro
Foto: Carolina Jardine

Produtores rurais, indústrias e lideranças do setor lácteo iniciaram, nesta quinta-feira (30), um movimento nacional em defesa do leite brasileiro. A iniciativa, liderada pelo Conseleite/RS, tem como objetivo conter o avanço das importações de leite em pó e derivados, que vêm desequilibrando o mercado interno e ameaçando milhares de empregos no campo e nas cidades.

O grupo enviou um documento oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente Geraldo Alckmin, e aos ministros Carlos Fávero (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do diretor da Conab, João Edegar Pretto. No texto, o colegiado pede três medidas emergenciais para conter a crise no setor.

Setor pede pacote emergencial de apoio ao leite nacional

O primeiro pedido apresentado ao governo é a criação de um incentivo fiscal às indústrias que comprarem leite em pó nacional, tornando o produto brasileiro mais competitivo frente ao importado. Atualmente, supermercados e fabricantes de alimentos, como panificadoras e indústrias de chocolates, têm optado por importar o produto de países vizinhos.

A segunda solicitação é a compra governamental de 100 mil toneladas de leite em pó produzido no Brasil, com destinação a programas sociais e alimentação escolar. A medida, segundo o setor, ajudaria a reduzir os estoques e sustentaria os preços pagos aos produtores.

Já a terceira demanda prevê a adoção de uma sobretaxa emergencial de 50% sobre a importação de leite em pó e queijo muçarela da Argentina e do Uruguai, válida por 36 meses, como forma de equilibrar a concorrência e proteger a produção nacional.

Crise no campo se agrava com excesso de oferta e margens apertadas

De acordo com o coordenador do Conseleite/RS, Darlan Palharini, o setor chegou a um ponto crítico, com queda na rentabilidade e dificuldades crescentes para competir com o produto importado.

“O problema não é novo, mas chegamos ao limite. Não há como competir com a avalanche de leite e queijos do Prata que está entrando no Brasil. Precisamos de apoio, ou o setor lácteo nacional não resistirá por muito tempo”, afirmou Palharini.

Ele explica que o início da safra, período em que a produção de leite aumenta naturalmente por conta do clima, intensificou o desequilíbrio entre oferta e demanda. Enquanto isso, as indústrias nacionais enfrentam margens reduzidas e veem suas plantações ameaçadas pela concorrência desleal.

“O apoio governamental é essencial neste momento crítico, para que possamos avançar em produtividade e competitividade e, no futuro, enfrentar o mercado globalizado de forma autônoma”, conclui o dirigente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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