A Fazenda Santa Luzia é uma das principais produtoras de leite a pasto do Brasil. Certificada para exportação de gado e detentora de um plantel referência na raça Girolando, a Santa Luzia possui um rigoroso sistema de seleção genética, e para isso utiliza, há alguns anos, o recurso de fertilização in vitro (FIV) por transferência de embriões.

Antigamente, o processo utilizado era a inseminação artificial (IA), que promovia o melhoramento genético, porém de uma forma mais lenta, pois nem todo material coletado era aproveitado, gerando uma utilização de apenas 50%.

Dessa forma, em 2013 a FIV foi adotada em todo o rebanho das vacas leiteiras. O uso dessa tecnologia proporciona inúmeras vantagens para a maior rentabilidade da fazenda, entre elas o nascimento garantido de mais de 90% de fêmeas, visto que é utilizado sêmen sexado. Outras vantagens são a melhoria do índice reprodutivo, possibilidade de crescimento do rebanho (em função ao maior número de fêmeas nascidas por ano) e multiplicação da melhor genética do plantel.

Para viabilizar todas essas, no ano passado a Fazenda Santa Luzia implantou mais de 3 mil embriões em vacas receptoras. Segundo André Rigo, diretor de operações da In- Vitro Brasil, “o processo de fertilização in vitro foi feito com a finalidade de explorar o melhor do plantel da Santa Luzia e aumentar a produção de leite. Para isso, pegamos os melhores touros disponíveis no mercado e as melhores fêmeas da fazenda”.

Para o processo de aspiração de embriões foram utilizadas em torno de 80 vacas, sendo que em cada aspiração foi possível retirar de 6 a 8 embriões. Neste ano, os animais começaram a nascer, já mostrando o melhoramento genético e também o aumento de produção.

Maurício Coelho, diretor da Santa Luzia, considera que, com a FIV, “o avanço genético é mais rápido, além da possibilidade de 90% das prenhezes dar positivo para fêmea, por causa do uso de sêmen sexado. Além do mais, é possível ver nitidamente a melhoria do plantel desde quando implantamos a FIV em larga escala”, finaliza.