Publicado em: 24/09/2024 às 13:40hs
O mercado de leite no Brasil sinaliza uma possível elevação nos preços para os produtores, desafiando as expectativas anteriores que apontavam para uma queda. Segundo o boletim de setembro do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), até o início de agosto, a expectativa era de redução nos preços, respaldada pelo aumento das margens dos produtores e uma demanda ainda favorecida por preços mais acessíveis nas prateleiras. Além disso, as importações em volumes elevados exerciam pressão sobre os preços ao longo da cadeia.
Entretanto, a realidade se mostrou distinta. Em julho, o preço do leite captado sofreu uma queda de 1,5%, resultando na chamada “Média Brasil” de R$ 2,7225 por litro. Com a oferta de leite não se expandindo como era previsto, o Cepea projeta uma possível recuperação nos valores pagos aos produtores.
A pesquisa realizada em parceria entre o Cepea e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) indicou que, em agosto, os preços de alguns derivados, como o leite UHT e o leite em pó de 400g, apresentaram quedas de 3,55% e 1,92%, respectivamente. Por outro lado, a muçarela registrou um aumento de 1,88%, com o quilo sendo comercializado a R$ 32,01.
Além disso, os dados do boletim revelaram uma redução significativa nas importações brasileiras de lácteos, que caíram 25,19% em agosto em relação a julho e 4,6% quando comparadas ao mesmo período do ano anterior. As exportações, por sua vez, tiveram uma queda abrupta de 57,14% em termos mensais, evidenciando um enfraquecimento no comércio exterior de produtos lácteos. O déficit na balança comercial reduziu-se em 23,9%, somando 183,6 milhões de litros em equivalente leite, resultando em um saldo negativo de US$ 81 milhões.
O boletim do Cepea também apontou que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável em agosto, com uma leve queda de 0,09% em relação ao mês anterior. No acumulado de 2024, o COE apresenta uma redução de 0,77%. Diante dessas movimentações, o setor leiteiro se prepara para potenciais novas elevações nos preços, especialmente devido à oferta abaixo do esperado e às flutuações nas importações.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias