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Preço do leite segue em queda com oferta elevada e consumo fraco, aponta Cepea

Segundo o Cepea, excesso de produção e consumo fraco pressionam os valores do leite no mercado brasileiro


Publicado em: 01/10/2025 às 10:10hs

Preço do leite segue em queda com oferta elevada e consumo fraco, aponta Cepea
Foto: EPAMIG

O mercado de leite no Brasil atravessa um período de desvalorização contínua, refletindo a combinação de oferta abundante e demanda enfraquecida. Dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, indicam que agosto marcou o quinto mês seguido de queda nos preços pagos ao produtor.

Valores pagos ao produtor seguem pressionados

Em agosto, o litro do leite cru captado no campo foi negociado, em média, a R$ 2,5369 na “Média Brasil”, queda de 3,2% em relação a julho e de 12,6% frente ao mesmo mês de 2024, em termos reais, considerando o IPCA. O ICAP-L (Índice de Captação do Leite) registrou alta de 3,3% na comparação mensal e acumula crescimento de 6,1% em 2025.

Produção cresce com investimentos e margens passadas

O avanço da produção vem sendo sustentado por investimentos realizados no setor desde 2024, quando as margens estavam mais atrativas. Apesar da perda de receita em 2025, os custos de produção se mantêm relativamente controlados. O Custo Operacional Efetivo (COE) caiu 0,38% em agosto. Para adquirir uma saca de 60 kg de milho, foram necessários 25,17 litros de leite – número 3,8% acima do mês anterior, mas ainda 5,5% inferior à média dos últimos 12 meses.

Importações de lácteos recuam, mas seguem em patamar elevado

As importações de lácteos também registraram queda em agosto, somando 165,11 milhões de litros em equivalente leite, recuo de 6,73% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, as compras externas caíram 6,1% frente a 2024, totalizando quase 1,45 bilhão de litros. Apesar da redução, o volume ainda é considerado elevado pelo setor, contribuindo para manter a pressão sobre os preços internos.

Consumo não acompanha crescimento da oferta

Enquanto a disponibilidade de leite no mercado doméstico aumenta, o consumo não cresce na mesma proporção. Esse descompasso reforça a queda das cotações. No segmento de derivados, agosto também foi marcado por retração nos preços da muçarela e do leite em pó, além de estabilidade nas negociações do UHT no atacado paulista.

Perspectivas para os próximos meses

A expectativa do setor é de que a desvalorização continue até o final de 2025. Além do efeito dos investimentos já realizados, a produção tende a crescer em razão da sazonalidade típica da primavera e do verão, que tradicionalmente elevam a oferta de leite.

Fonte: Portal do Agronegócio

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