Bovinos Leite

Perspectivas Favoráveis para Lavouras de Inverno em Santa Catarina

Boletim Agropecuário de setembro aponta recuperação significativa na produtividade de trigo, alho e cebola


Publicado em: 18/09/2024 às 11:20hs

Perspectivas Favoráveis para Lavouras de Inverno em Santa Catarina

O Boletim Agropecuário de setembro, divulgado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), revela perspectivas promissoras para as lavouras de inverno em Santa Catarina. A previsão é de uma recuperação significativa na produtividade de trigo, alho e cebola para a safra 2024/2025, em comparação com a safra anterior.

Conforme os dados, a produtividade média estadual do trigo deverá aumentar 59,3%, a do alho 44,43% e a da cebola 39,82%. As informações estão disponíveis no Boletim Agropecuário, acessível no site do Observatório Agro Catarinense, da Epagri e da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAR). A safra anterior foi prejudicada pelo excesso de chuva nos meses de setembro e outubro de 2023, mas as previsões climáticas favoráveis podem revertê-la.

Análise dos Principais Produtos Agropecuários
Trigo

Em agosto, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses pela saca de trigo apresentou uma queda de 0,91% em relação ao mês anterior. Anualmente, a redução foi de 4,92% em termos reais. Até a última semana de agosto, cerca de 80% das áreas de plantio estavam em fase de desenvolvimento vegetativo e 20% em florescimento. A condição das lavouras foi avaliada como boa em 95% das áreas, média em 3% e ruim em 2%. A área plantada foi reduzida para 121 mil hectares, uma diminuição de 11,8% em relação à safra anterior. A produtividade média estadual está estimada em 3.563 quilos por hectare, um aumento de 59,3%, com a produção estadual projetada para alcançar 432 mil toneladas, o segundo melhor resultado histórico.

Alho

Os preços do alho no atacado permaneceram estáveis em agosto, com leves oscilações. O preço médio mensal nas principais centrais de abastecimento foi de R$23,40 por quilo para as categorias 4 e 5 e R$27,50 por quilo para as classes 6 e 7. Em Santa Catarina, os preços pagos aos produtores foram de R$14,00/kg e R$15,00/kg, respectivamente. A safra catarinense de alho 2024/2025 está completamente plantada, com 97% das lavouras na fase de desenvolvimento vegetativo e 3% em bulbificação. A condição geral das lavouras é considerada boa.

Cebola

Em agosto, as cotações da cebola caíram devido à maior oferta interna e ao término da safra do Cerrado. O preço médio mensal nas centrais foi de R$99,25 por saca de 20 kg, reduzindo para R$85,00 no início de setembro. O preço médio pago aos produtores catarinenses foi de R$36,00 por saca de 20 kg, uma diminuição de 40% em relação ao mês anterior. A safra catarinense está completamente plantada e em fase de desenvolvimento vegetativo, com 94% das lavouras em boas condições.

Banana

O mercado de bananas em Santa Catarina foi marcado pela valorização dos preços devido à redução na oferta, causada por fatores climáticos e fitossanitários. No Litoral Norte, a oferta de banana-caturra diminuiu, elevando os preços. Espera-se que as cotações se afetem em setembro devido ao frio intenso e à falta de chuva. No Litoral Sul, a banana-prata valorizou, com expectativas de aumento nos preços regionais devido à melhora na qualidade dos frutos e aumento da demanda. Comparado com a safra anterior, a produção de banana catarinense deve crescer 16,8%, com um aumento de 13,8% na produtividade.

Arroz

Os preços do arroz em casca subiram desde abril de 2024, com um pico em junho, devido à escassez de oferta e ao aumento do dólar. No entanto, a recuperação da área plantada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pode reduzir os preços. Entre janeiro e agosto de 2024, as exportações de arroz caíram 73%, enquanto as importações cresceram 54,34%, com principais parceiros sendo Uruguai, Tailândia, Paraguai e Itália.

Feijão

Em agosto, os preços do feijão-carioca caíram 5,58%, enquanto o feijão-preto teve uma leve alta de 0,58%. Em comparação com os primeiros 10 dias de setembro, houve uma elevação de 22% nos preços do feijão-preto e 11% no feijão-carioca. A estimativa para a safra 2024/2025 de feijão é um aumento de 3,56% na área plantada e de 11,34% na produtividade média, com uma projeção de crescimento de 15,31% na produção total.

Milho

Em agosto, os preços médios do milho subiram 2,4% em relação a julho e 0,4% nos primeiros 10 dias de setembro. A Epagri/Cepa estima uma redução de 9,32% na área plantada para a safra 2024/2025, mas um aumento de 23,93% na produtividade média, atingindo 8.460 quilos por hectare, o que representa um crescimento de 12,28% na produção total.

Soja

Os preços da soja em agosto caíram 3,13% em comparação a julho, com uma média de R$121,83 por saca de 60 quilos. No início de setembro, houve uma elevação de 2,63% em relação a agosto. A área cultivada na safra 2024/2025 deve crescer 1,78%, com um aumento esperado de 10,80% na produtividade média, atingindo 3.820 quilos por hectare, e um crescimento de 12,77% na produção total.

Bovinos

Em setembro, o preço médio da arroba do boi gordo aumentou 1,3% em relação ao mês anterior, embora tenha registrado uma queda de 1,1% em comparação a setembro de 2023. Os preços de atacado da carne bovina caíram 0,7% em relação ao mês anterior e 4,9% em comparação com setembro de 2023.

Frangos

Santa Catarina exportou 69,9 mil toneladas de carne de frango em agosto, uma queda de 32,3% em relação ao mês anterior e de 28,8% na comparação com agosto de 2023. As receitas foram de US$141 milhões, com uma queda de 31,5% em relação ao mês anterior e de 31,9% em comparação com o ano passado. No acumulado de janeiro a agosto, as exportações totalizaram 736,4 mil toneladas, com receitas de US$1,42 bilhão, alta de 0,5% em quantidade, mas queda de 10,5% em receitas.

Suínos

Santa Catarina exportou 61,9 mil toneladas de carne suína em agosto, com quedas de 15% em relação ao mês anterior e de 0,6% na comparação com agosto de 2023. As receitas foram de US$150,3 milhões, uma queda de 14,1% em relação ao mês anterior, mas alta de 2,4% em comparação com o ano passado. No acumulado de janeiro a agosto, as exportações totalizaram 466 mil toneladas, com receitas de US$1,07 bilhão, alta de 6,9% em quantidade, mas queda de 0,4% em receitas.

Leite

No primeiro semestre de 2024, as indústrias adquiriram 12,049 bilhões de litros de leite cru, 2,1% a mais do que no mesmo período de 2023. O preço médio pago aos produtores catarinenses caiu 13 centavos de julho para agosto, mas aumentou oito centavos em setembro, alcançando R$2,66 por litro. Com o desempenho da produção nacional aquém do esperado e condições climáticas adversas, é previsto um novo aumento nos preços em outubro.

Boletim no Observatório

Fonte: Portal do Agronegócio

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