Publicado em: 11/07/2013 às 18:20hs
No município de Bodocó, a 645 quilômetros da capital Recife, a Associação de Criadores de Pequeno, Médio e Grande Porte (Acria) está recuperando o que perdeu no início da estiagem. O estímulo para dar a volta por cima veio com o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que possibilitou a produção de forragens para alimentar os animais.
“Antes todos nós da associação tivemos perdas. Mas hoje, quem já conseguiu produzir o sorgo, tem alimentos para fornecer aos animais. Eu mesmo já estou vendendo forragens, porque está sobrando para mim. Além de salvar o rebanho, está sendo uma fonte de renda para gente”, explica o presidente do grupo, José Humberto Horas, 40 anos. Além do leite, a associação produz queijos que são vendidos em queijarias da região.
Para produzir as forragens na terra seca, os agricultores contam com o processo de irrigação por gotejamento. “50% do aporte financeiro do projeto foi utilizado para adquirir recurso hídrico, a partir da abertura de poços artesianos. A irrigação é feita para um hectare de sorgo e o restante do dinheiro é investido na propriedade”, ressalta. Durante a safra, os produtores podem colher o sorgo até seis vezes. O preço para venda de um cilo está saindo a R$ 4 mil segundo o produtor.
Para José Humberto, a expectativa é de que o leite e seu derivado vão ainda mais longe no sertão. “Estamos nos mobilizando para comprar material genético para a inseminação dos animais, já que perdemos boas matrizes durante o período crítico. O próximo passo é transformar a associação em cooperativa para processar o leite. O objetivo é ampliar a nossa produção de queijos por meio da agroindustrialização”, conta o presidente da Acria.
A associação surgiu há quatro anos para fortalecer a produção do leite na região. José Hamilton, a esposa Rosimeire Moreira, 35 anos e a produtora Maria Carlota, atual secretária da Acria, buscaram parcerias com o Sebrae e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), que oferece assistência técnica e consultoria aos produtores.
Crédito no Plano Safra Semiárido
O Plano Safra para o Semiárido já está valendo. O produtor que quer contratar o financiamento do Pronaf encontra taxas de juros especiais. Para as operações de custeio, os juros são de 1% a 3% ao ano (para as demais regiões, os juros são de 1,5% a 3,5%); para os contratos de investimento, os juros vão de 1% a 1,5% ao ano (as taxas para o resto do país ficam entre 1% e 2%).
Estas operações poderão assegurar recursos para assistência técnica. Para os agricultores que pagarem em dia as parcelas, a assistência técnica será gratuita. A linha B do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf B) que tem rebate de 25%, foi para 40% para o Semiárido.
Fonte: MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário
◄ Leia outras notícias