Publicado em: 21/10/2025 às 15:00hs
A transição entre os períodos de seca e águas é um momento crítico para a pecuária, já que a rápida mudança na qualidade da forragem pode impactar diretamente o ganho de peso do rebanho. Para garantir produtividade e rentabilidade, protocolos nutricionais bem definidos são fundamentais.
Um dos principais desafios nesse período é evitar problemas gastrointestinais, provocados pela mudança brusca na dieta. Com o início do rebrote das pastagens, o capim apresenta maior digestibilidade, mais nutrientes e taxa de passagem mais elevada, o que pode gerar queda no consumo de suplemento e casos de diarreia.
“A taxa de passagem é o caminho que o alimento percorre pelo trato gastrointestinal até ser eliminado. O animal sai de um pasto seco e pouco digestível para um capim verde e altamente digestível. Isso pode interferir no desempenho do rebanho”, explica Bruno Marson, zootecnista e diretor técnico comercial da Connan.
Para minimizar impactos, o aumento da suplementação é recomendado nesse período. Marson orienta que, se o animal estava habituado a um proteico, é ideal manter ou aumentar a suplementação para um proteico energético, ajustando a proporção por quilo de peso vivo.
Outra alternativa é oferecer volumoso até que o rebrote das pastagens esteja completamente estabelecido. Um manejo bem planejado é crucial, considerando que a nutrição representa 40% a 60% dos gastos totais da fazenda. A escolha de suplementos de qualidade e origem certificada também é essencial.
Para animais em fase de crescimento ou terminação, a transição pode ser feita misturando o suplemento utilizado no período seco com o indicado para as águas durante uma semana. Depois, utiliza-se apenas o suplemento adequado à estação.
Se a mistura gradual não for possível, o indicado é realizar a troca no início das águas, mantendo o espaçamento entre cochos adequado para atender todo o rebanho.
O fornecimento de suplementos com aditivos nesse período melhora o aproveitamento das pastagens, aumenta o desempenho do rebanho e modula a fermentação ruminal, proporcionando mais energia e melhor digestibilidade do capim verde.
“É preciso garantir consistência de resultados com nutrição estratégica e orientação técnica sob medida para cada fazenda. Não existe fórmula única; existe manejo personalizado e adequado”, conclui Marson.
Fonte: Portal do Agronegócio
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