Publicado em: 18/07/2025 às 16:00hs
O mercado físico do boi gordo no Brasil registrou queda nos preços ao longo da última semana, cenário que deve se manter no curto prazo. O movimento é influenciado principalmente pelo anúncio dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 50% sobre a carne bovina brasileira, além do aumento da oferta de animais confinados.
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, destaca que a tarifa adicional proposta pelos EUA compromete a competitividade do Brasil nesse mercado estratégico.
“Com essa medida, o Brasil deixa de ser competitivo para os Estados Unidos, e a indústria frigorífica já busca alternativas para suprir a ausência desse que é o segundo maior importador da carne bovina brasileira em 2025”, explica Iglesias.
Outro fator que pesa no cenário é a entrada no mercado de animais confinados, que reduz a capacidade do pecuarista de reter o boi gordo. A queda nos preços favoreceu os frigoríficos, que conseguiram ampliar as escalas de abate, atualmente fechadas entre 8 e 9 dias úteis.
No atacado, a tendência de queda se manteve, acompanhando o consumo mais lento registrado na segunda quinzena do mês.
“Além do consumo menor, a carne bovina perde competitividade frente a proteínas concorrentes, especialmente a carne de frango”, afirma Iglesias.
Os preços do quarto traseiro do boi recuaram 3,11%, sendo cotados a R$ 21,80 o quilo, contra R$ 22,50 da semana passada. Já o quarto dianteiro caiu 6,67%, para R$ 17,50 o quilo, ante R$ 18,75 anteriormente.
Apesar da pressão no mercado interno, as exportações brasileiras de carne bovina fresca, congelada e refrigerada apresentaram desempenho positivo em julho (9 dias úteis). O faturamento alcançou US$ 576,814 milhões, com média diária de US$ 64,090 milhões. O volume exportado chegou a 104,193 mil toneladas, média diária de 11,577 mil toneladas, e o preço médio da tonelada foi de US$ 5.536,00.
Comparado a julho de 2024, houve alta de 40,9% no valor médio diário, aumento de 12,2% na quantidade média diária exportada e avanço de 25,6% no preço médio por tonelada, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.
O cenário revela desafios para o mercado bovino brasileiro, com tarifas internacionais e dinâmica interna que podem influenciar preços e oferta no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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