Publicado em: 29/12/2023 às 16:30hs
O ano de 2023 foi notável para o setor de pecuária no Brasil, com registros históricos tanto no abate de bovinos quanto na produção de carne. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, esse cenário teve impacto significativo na limitação de avanços mais expressivos nos preços da arroba. As estimativas indicam que o Brasil encerrará o ano com abates de 34,202 milhões de bovinos, representando um aumento de 8% em comparação a 2022, quando pouco mais de 31,6 milhões de bovinos foram abatidos.
O aumento nos abates, especialmente de fêmeas, foi um fator determinante, conforme destacado por Iglesias. O foco do pecuarista em criação já indicava problemas de margem, antecipando a ampliação do descarte nos meses seguintes. Esse aumento na oferta resultou em uma expressiva queda nos preços da arroba do boi gordo.
Iglesias projeta que a produção de carne bovina em 2023 atingirá números históricos, totalizando 9,467 milhões de toneladas em equivalente carcaça, um crescimento de 8,1% em relação a 2022, quando foram produzidas 8,758 milhões de toneladas em equivalente carcaça.
No entanto, as exportações de carne bovina tiveram um desempenho mais modesto ao longo do ano, principalmente devido ao declínio nos três primeiros meses de 2023, causado pelos casos atípicos de vaca louca no Brasil, resultando na interrupção dos embarques para a China. Iglesias estima que o país fechará 2023 com exportações de 3,239 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça, uma redução de 3% em comparação a 2022, quando foram exportadas 3,339 milhões de toneladas.
O analista observa que, com os números mais contidos nas exportações, houve um significativo aumento na oferta doméstica de carne bovina ao longo de 2023. A disponibilidade interna deverá atingir 6,27 milhões de toneladas em equivalente carcaça, representando um aumento de 14,59% em relação a 2022, que registrou 5,472 milhões de toneladas em equivalente carcaça.
De maneira geral, Iglesias destaca que o ano foi caracterizado por um cenário de maior consumo de carne bovina pela população brasileira, o que impactou na formação dos preços das proteínas concorrentes, como a carne de frango e a suína.
Fonte: Portal do Agronegócio
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