Bovinos de Corte

Reprodutores PO foram comercializados com valor médio de R$ 8,4 mil e fêmeas PO por R$ 12 mil

Com oferta de animais considerados melhoradores da raça em Santa Catarina, o 5º Remate Destaques Angus, realizado na Fazenda Renascença, no município de Vargem, Planalto Catarinense, repetiu os excelentes índices das edições anteriores


Publicado em: 12/08/2014 às 14:50hs

Reprodutores PO foram comercializados com valor médio de R$ 8,4 mil e fêmeas PO por R$ 12 mil

Agregando novidades como frete grátis para aquisição de quatro lotes e cobertura segurada de um ano para os animais, o leilão organizado pelo criador Nelson Serpa, também presidente do Núcleo Catarinense de Criadores de Angus, reuniu cerca de 500 pessoas no sábado, dia 9, para comercialização de 140 exemplares da raça.

Do total, foram disponibilizados 50 touros vermelhos e pretos registrados, 20 fêmeas registradas e 70 fêmeas cruza Angus, divididos em 59 lotes oriundos de criadores representantes do Núcleo Catarinense de Angus. A quinta edição registrou um preço médio de R$ 5 mil para as fêmeas CA (puro por cruza) e de R$ 7,2 mil para os reprodutores CA. Os machos PO (puro de origem) ficaram na média de R$ 8,4 mil, enquanto as fêmeas PO registraram valor médio de R$ 12 mil.

“A pecuária catarinense, especialmente relacionada à criação de Angus, vive um momento muito bom. Os animais que ofertamos no remate são de muita qualidade, fruto de um trabalho de melhoramento genético de longo prazo. A comercialização desses animais considerados melhoradores da raça proporcionará uma expressiva evolução do rebanho Angus em Santa Catarina”, avalia o organizador Nelson Serpa.

O engenheiro agrônomo e pecuarista do município de São Joaquim, no Planalto catarinense, Joaquim Godinho dos Santos, foi o primeiro comprador do leilão a garantir o frete grátis, uma das novidades do evento de 2014. Segundo as regras do remate, o frete seria disponibilizado de forma gratuita para compras de no mínimo quatro lotes destinadas a mesma rota. “É a primeira vez que venho ao remate. Participei recentemente de uma feira na Argentina e me disseram que aqui tinha touro bom. Vim com o objetivo de comprar dois animais, mas como meu filho adquiriu um, resolvi comprar o terceiro para garantir o frete. Foi um bom negócio”, conta o pecuarista.

“A carne Angus é o que o mercado quer hoje. É o animal que reúne a maior quantidade de carne de primeira em uma única carcaça”, observa o criador de Campo Belo do Sul, Sebastião Assis de Oliveira, que participou do evento. “Cada criador gosta de uma característica. A minha escolha é pela origem do animal. Observo também se ele é precoce e fértil”, diz. Outros criadores, como o médico de Curitiba (PR) Amilton Salmória, com fazenda em Anita Garibaldi, região serrana de Santa Catarina, planeja produzir em larga escala no futuro. “Descobri a raça Angus na internet. Adquiri um reprodutor no ano passado e espero em dois anos ampliar a produção”, afirma Salmória.

Características como desenvolvimento muito rápido, fertilidade, rusticidade (capacidade de adaptação em diferentes condições climáticas) e carne diferenciada pelo sabor são apontadas pelos criadores Floresnal Granemann, de Santa Cecília (Planalto Catarinense), e Gastão Magalhães Maciel, de Água Doce (meio-Oeste). “Angus é a raça que apresenta a melhor conversão entre a quantidade de comida ingerida pelo animal e a produção de carne”, destaca Maciel. “Sem dúvida, é um negócio vantajoso e é hoje a carne preferida do consumidor”, resume Granemann.

Parceiros

Organizador do remate, Nelson Serpa conta com dois principais parceiros para a realização do evento. Dorival Carlos Borga, criador há seis anos, disponibiliza lotes da Fazenda 3 Marias Agronegócios, de Videira. “Nosso foco está no mercado diferenciado, na busca pela alta qualidade genética. O que Santa Catarina tem hoje é de alto padrão”, explica o criador. Para Nivaldo Dzyekansky, proprietário da Brasil Florestal, de Itaiópolis, também parceira do remate, o principal objetivo é ampliar a base produtiva para garantir a oferta do produto. “O mercado consumidor existe e está à disposição”, ressalta Dzyekansky.

Futuro

O primeiro registro de gado Angus em Santa Catarina ocorreu no município de Lages há cerca de 30 anos. No entanto, o desenvolvimento efetivo da raça no Estado começou em 2005 com melhoramento genético proveniente dos melhores criatórios de Angus do mundo, de onde são importados sêmen e embriões para gestação local. Hoje, de acordo com o presidente do Núcleo Catarinense de Criadores de Angus, Nelson Serpa, estima-se um rebanho de 15 a 20 mil do tipo cruza e cerca de 1500 animais puros.

“Desde o início, trabalhamos com foco no melhoramento genético da raça para garantir animais puros para reprodução em quantidade, mas principalmente em qualidade. Atualmente, o Núcleo Catarinense de Criadores de Angus atua para ampliar a produção e atender a demanda. O consumidor da carne Angus reconhece a qualidade do produto e está disposto a pagar por isso. Por esta razão, a criação de Angus tem se revelado um negócio economicamente atrativo e vantajoso nos últimos anos”, explica Serpa.

O Programa Carne Angus certificada, parceria entre a Associação Brasileira de Angus e a indústria frigorífica, tem justamente a meta de garantir a produção para atender a demanda pelo consumo. Em Santa Catarina, o Frigorífico Verdi, do município de Pouso Redondo, foi o primeiro a realizar o abate de animais Angus dentro do programa, marcando a abertura do mercado catarinense. Segundo o presidente Nelson Serpa, a novidade é que nos próximos 60 dias deve iniciar o abate de gado Angus no Frigorífico São João, localizado na cidade de São João do Itaperiú, no litoral Norte de Santa Catarina.

Fonte: Assessoria de Comunicação Maiara Gonçalves

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