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Programa de Incentivo Impulsiona a Pecuária Sustentável no Pantanal e Garante Até 187 Dias de Suplementação

Com mais de 96% de conformidade, iniciativa já destinou R$ 67 milhões em bônus aos pecuaristas pantaneiros e reforça o papel da produção sustentável na preservação do bioma.


Publicado em: 20/10/2025 às 12:30hs

Programa de Incentivo Impulsiona a Pecuária Sustentável no Pantanal e Garante Até 187 Dias de Suplementação

O Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal tem se destacado como um modelo de integração entre produção, conservação e valorização do produtor rural. Com o pagamento de incentivos de até R$ 7,50 por arroba, o equivalente a R$ 150 por animal de 20 arrobas, os pecuaristas da região garantem recursos suficientes para custear 187 dias de suplementação mineral adensada.

Os resultados mais recentes foram apresentados pela Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) durante a 27ª Feapan, em Corumbá (MS), e mostram o impacto positivo da iniciativa na economia e na sustentabilidade do Pantanal.

R$ 67 Milhões Investidos e Alta Adesão dos Produtores

Desde 2019, o programa acumula 606.385 animais abatidos, com 96,5% em conformidade — o que representa 584.962 animais incentivados. Nesse período, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), já repassou R$ 67,2 milhões aos pecuaristas participantes.

Atualmente, o programa conta com 144 propriedades cadastradas, 98 profissionais habilitados (entre veterinários, zootecnistas e agrônomos) e 14 frigoríficos certificados. Apenas em 2024, 183 mil animais foram abatidos dentro dos critérios de sustentabilidade e rastreabilidade, com acompanhamento de 91 técnicos credenciados.

Incentivos Econômicos e Sustentabilidade Caminham Juntos

O bônus médio pago é de R$ 139,68 por animal na modalidade orgânica e R$ 115,05 na modalidade sustentável. Para Guilherme de Oliveira, diretor executivo da ABPO, o resultado reforça que sustentabilidade e rentabilidade podem coexistir na pecuária pantaneira.

“Eventos como a Feapan fortalecem o diálogo entre produtores, entidades e governo. O Pantanal não produz apenas carne, produz valor. Nosso desafio é ampliar a adesão e mostrar ao mundo que o bioma é capaz de gerar carne de qualidade com responsabilidade ambiental e social”, destacou Oliveira.

Preservação Ambiental e Reconhecimento ao Produtor

Os indicadores ambientais refletem o sucesso da iniciativa: 45% dos abates realizados no Pantanal já são incentivados, enquanto 82,8% da vegetação nativa permanece preservada. Além disso, o bioma possui 3.292 cadastros no CAR (Cadastro Ambiental Rural), sendo 95% de propriedades privadas, o que evidencia o papel do produtor na conservação da biodiversidade e da cultura local.

Para Márcio Silva, representante da Semadesc, o programa representa uma política pública inovadora, que valoriza o trabalho dos pecuaristas.

“Devolvemos parte do ICMS recolhido pelos frigoríficos ao produtor que mantém sua atividade de forma sustentável. É um reconhecimento simbólico, mas de grande relevância, pois ajuda a preservar uma história de mais de 300 anos do Pantanal”, afirmou.

Modelo de Pecuária Sustentável com Olhar Internacional

Com resultados sólidos e o crescente interesse do mercado internacional por produtos sustentáveis, o Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal consolida-se como referência mundial em produção responsável.

A iniciativa comprova que é possível gerar renda, preservar o bioma e manter viva a tradição pantaneira, reforçando o protagonismo do Brasil na produção de carne de qualidade com respeito ao meio ambiente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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