Publicado em: 25/08/2025 às 12:00hs
Dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que a produção de carne bovina no Brasil não tem acompanhado o ritmo das exportações. No primeiro semestre de 2025, os embarques de carne bovina, incluindo in natura e processada, aumentaram 164,1 mil toneladas em relação ao mesmo período de 2024. Em contraste, a produção formal avançou apenas 122 mil toneladas.
Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a menor disponibilidade interna de carne tem contribuído para a elevação dos preços do boi e da carne no mercado doméstico.
Os preços médios do boi, segundo o Indicador CEPEA/ESALQ, e da carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo estão cerca de 35% acima dos valores registrados há um ano, considerando a inflação.
Os pesquisadores destacam que a participação das exportações no escoamento da produção formal também vem crescendo. No primeiro semestre de 2024, 25,1% da produção formal foi exportada; já nos primeiros seis meses de 2025, esse percentual subiu para 28,7%. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025, a participação externa da carne passou de 27,4% para 29,9%, o maior patamar da história.
Na primeira quinzena de agosto, as exportações brasileiras de carne bovina mantiveram desempenho robusto, mesmo diante da barreira tarifária imposta pelos Estados Unidos. A média diária de embarques de carne in natura chegou a 12,3 mil toneladas, um aumento de quase 25% em relação a agosto de 2024 e 2,5% acima de julho, mês recorde de exportações.
Apesar da desvalorização do dólar frente ao real desde julho, o preço médio da carne em dólar avançou o suficiente para manter estável o valor em reais, R$ 30.680 por tonelada de carne in natura. Caso o ritmo de embarques se mantenha, agosto poderá registrar novo recorde de exportações brasileiras de carne bovina.
Fonte: Portal do Agronegócio
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