Publicado em: 19/12/2025 às 16:30hs
O mercado físico do boi gordo encerrou a semana em queda na maioria das praças brasileiras, influenciado pelo avanço das escalas de abate e pela postura mais cautelosa dos frigoríficos nas compras. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, as unidades de abate operam com maior conforto nas escalas, o que reduz a urgência na aquisição de novos lotes e pressiona os preços da arroba.
Em um período de maior ociosidade das plantas frigoríficas, o movimento de baixa ganhou força, especialmente nos estados de São Paulo e Pará, onde as negociações têm ocorrido em patamares inferiores aos observados na última semana.
Apesar da retração dos preços no mercado interno, as exportações de carne bovina seguem como o grande destaque do ano, sustentando parte da liquidez do setor e contribuindo para o equilíbrio da cadeia produtiva.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou, até o momento, 143,57 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada em dezembro (10 dias úteis), totalizando US$ 804,54 milhões em receita.
A média diária de embarques ficou em 14,36 mil toneladas, com valor médio de US$ 80,45 milhões por dia e preço médio de US$ 5.603,50 por tonelada.
Na comparação com dezembro de 2024, houve alta de 68,5% no valor médio diário exportado, avanço de 48,9% no volume médio diário e crescimento de 13,1% no preço médio da tonelada.
Os preços da arroba do boi gordo, na modalidade a prazo, registraram queda na maioria das regiões produtoras:
No mercado atacadista da carne bovina, os preços permaneceram estáveis, embora o viés ainda seja altista no curto prazo, segundo avaliação de Fernando Iglesias.
O analista destaca que o consumo interno segue firme, impulsionado pela injeção do 13º salário, pela criação de vagas temporárias e pelas confraternizações de fim de ano, fatores que tradicionalmente elevam a demanda por proteína animal.
A tendência para os próximos dias é de acomodação nos preços, com possibilidade de recuperação moderada caso o ritmo de exportações se mantenha elevado e o consumo doméstico siga aquecido.
Ainda assim, o setor segue atento à reposição entre atacado e varejo e ao comportamento das escalas de abate, que podem continuar influenciando as negociações no mercado físico.
Fonte: Portal do Agronegócio
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