Publicado em: 19/12/2024 às 10:05hs
O Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), lançado na última terça-feira (17) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), marca um novo patamar no controle sanitário do rebanho brasileiro. De acordo com José Mário Schreiner, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a iniciativa representa um avanço significativo para a segurança sanitária do país, promovendo mais eficiência na identificação e resposta a possíveis doenças.
O PNIB prevê a implementação de um sistema de identificação individual para bovinos e búfalos com o objetivo principal de reforçar a capacidade de resposta em emergências sanitárias, especialmente em um cenário de retirada da vacinação contra febre aftosa. A proposta contempla o uso de elementos eletrônicos, como brincos ou bottons auriculares, que atribuem a cada animal uma numeração única de 15 dígitos no formato ISO 076.
A implementação ocorrerá ao longo de oito anos. Nos dois primeiros, será desenvolvido o sistema; nos três anos seguintes, a rastreabilidade será aplicada a bezerras vacinadas contra brucelose, expandindo-se nos três últimos anos para todos os animais movimentados fora das propriedades rurais.
Um dos destaques do plano é sua construção colaborativa, com a participação ativa do setor privado, liderado pelo Ministério da Agricultura. Schreiner enfatizou que o programa tem adesão voluntária e atende às necessidades de produtores, indústrias e consumidores.
“Esse é um programa que não impõe comandos ou controles excessivos. A CNA e o setor produtivo participaram intensamente da sua formulação, e agora temos um modelo único que beneficia todos os elos da cadeia, do produtor ao país”, afirmou Schreiner.
O coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco, destacou que o novo sistema permitirá aos pecuaristas adquirir os brincos eletrônicos diretamente em lojas agropecuárias, eliminando a necessidade de contratação de certificadoras, o que reduz custos e simplifica o processo.
Outro benefício relevante é a flexibilização em casos de suspeita de doenças graves, como a encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca). Com o novo sistema, eventuais embargos comerciais podem ser limitados ao município ou estado onde o caso for identificado, preservando a comercialização no restante do país.
Durante o lançamento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou a importância do PNIB para a bovinocultura brasileira. O evento contou com a presença de autoridades como o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, e representantes de entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e o Sistema Famasul, além de diversos representantes dos setores público e privado.
O plano consolida o Brasil como referência mundial em sanidade animal, reforçando a rastreabilidade como um elemento estratégico para a abertura de mercados e a gestão eficiente da pecuária.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias