Bovinos de Corte

Pecuária Nelore: tradição, tecnologia e qualidade impulsionam a carne brasileira

Combinando tradição genética, inovação tecnológica e foco em qualidade, a raça se consolida como referência na produção de carne de excelência no Brasil e no mundo


Publicado em: 25/09/2025 às 09:00hs

Pecuária Nelore: tradição, tecnologia e qualidade impulsionam a carne brasileira
Da origem milenar à consolidação no Brasil

A raça Nelore, conhecida na Índia como Ongole, possui mais de 3 mil anos de história e é considerada sagrada no hinduísmo. Chegou ao Brasil em 1868, com um casal de bovinos desembarcando em Salvador, e se consolidou a partir de 1878, com a importação de outro casal pelo suíço Manoel Ubelhart Lembgruber. Em 1938, foi criado o registro genealógico da raça, marcando o início de sua trajetória como principal da pecuária brasileira, que segue moldando o setor até hoje.

Domínio no rebanho brasileiro

Hoje, o Nelore representa cerca de 80% do rebanho nacional de bovinos de corte, entre um total de mais de 215 milhões de animais, segundo dados do IBGE. Com aproximadamente 153 milhões de bovinos Nelore ou anelorados, a raça domina a produção de carne, refletindo diretamente nos resultados econômicos e zootécnicos do país.

Produção e exportação: números que comprovam a força

O Brasil produz mais de 10 milhões de toneladas de carne por ano. Em exportação, o país embarcou 2,89 milhões de toneladas no ano passado, com receita superior a R$ 70 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). De janeiro a julho deste ano, já foram exportadas 1,78 milhão de toneladas, gerando receita de R$ 49 bilhões.

Rastreabilidade e inovação tecnológica

A rastreabilidade, comparada a um “RG do animal”, permite acompanhar a trajetória de cada bovino desde a fazenda até a mesa do consumidor. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) lançou o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), que visa rastrear todo o rebanho até 2032.

A iniciativa fortalece a saúde animal, o monitoramento do rebanho e a competitividade da carne brasileira no mercado global. Paralelamente, o uso de tecnologia na pecuária permite identificar animais com características ideais para a produção de carne premium, garantindo qualidade e eficiência.

Melhoramento genético e sustentabilidade

O aprimoramento genético tem elevado a produtividade da pecuária brasileira, permitindo produção em menor área e impactos positivos na eficiência, sustentabilidade e rentabilidade do setor. Fatores como nutrição, sanidade, gestão e qualificação da mão de obra também contribuem para fortalecer a cadeia produtiva, beneficiando produtores, frigoríficos e consumidores.

Atualmente, o Brasil é segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, mas a tendência é de ultrapassar o país norte-americano devido ao crescimento contínuo da produtividade brasileira.

ACNB e o fortalecimento da carne Nelore

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) desempenha papel estratégico no preparo dos pecuaristas para os desafios do mercado. Entre suas iniciativas estão:

  • Circuito Nelore de Qualidade, que avalia e promove a qualidade da carne Nelore – em 2024, mais de 38 mil animais foram avaliados.
  • Rankings Nelore, Nelore Mocho e Nelore Pelagens e leilões oficializados.
  • Parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), aproximando o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos para a Produção de Carne (PMGZ Carne) do Circuito Nelore de Qualidade.

Esses esforços consolidam a raça Nelore como sinônimo de qualidade, sustentabilidade e valorização, garantindo que a carne continue conquistando espaço e confiança no Brasil e no mercado internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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