Publicado em: 13/05/2014 às 18:10hs
Em Nova Canaã do Norte (170 km de Sinop), cerca de 250 produtores de proteína vermelha participaram o IV Encontro de Pecuaristas da Fortuna, realizado no último sábado, em uma fazenda. A Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat apoia iniciativas que visam capacitar pecuaristas e desenvolver a atividade de maneira sustentável.
A mais de 30 anos produzindo em Mato Grosso, o pecuarista Mário Wolf é referência em tecnologia dentro da cadeia da carne. Sua propriedade, em Nova Canaã do Norte, consegue ano após ano melhorar os índices de produtividade por meio de investimentos em genética, integração e alimentação do gado bovino. Wolf explica que quando percebeu que a atividade podia ser melhorada, começou a usar das ferramentas existentes a fim de aumentar a produção. “Vimos que os índices de produtividade tinham como serem maiores e passamos a pesquisar o que poderíamos utilizar. Foi quando iniciamos o processo de integração lavoura-pecuária-floresta e também adotar tecnologia genética e de suplementação alimentar”.
Seu filho, Daniel Wolf, administra atualmente a fazenda e uma indústria de suplementos mineral para bovinos e revela que o pecuarista está mudando a perspectiva de seu negócio e correndo para ampliar produção de qualidade. “A cada ano aumentamos em 30% o público participante de nosso encontro. E para atender esta demanda, trazemos especialistas que são referência no mercado para orientar este produtor”.
Na quarta edição do evento, os pecuaristas puderam assistir duas palestras diferentes, mas diretamente interligadas. Primeiro, o consultor em carnes Marcelo Bolinha fez uma apresentação sobre carnes de qualidade e fez uma desossa apontando a inúmeras possibilidades de obter carne saborosa e valorizada de todas as partes dos bovinos. “O Brasil é o único país que classifica o dianteiro como carne de segunda. Isso não existe, para boi de primeira, todas as carnes são de primeira. Precisamos desmistificar e mostrar para o mercado que, quando o boi é de qualidade, todos os cortes são bons”.
Ainda segunda Bolinha, o mercado consumidor é altamente exigente e se disponibiliza a pagar a mais parar ter produtos de qualidade em sua mesa. Mas que para atender à este público é preciso oferecer um boi bem acabado. “O frigorífico, quando é de profissional, apenas faz o intermédio entre o campo e o consumidor. A carne é a consequência do trabalho que é realizado pelo pecuarista. Por isso a importância de investir em alimentação adequada, genética, bem estar animal e manejo adequado”.
No segundo momento do evento, o consultor Adilson Aguiar apresentou como é possível aumentar os índices de produtividade por meio do manejo e utilização de insumos corretos. Ele explicou que em Mato Grosso, principalmente na região norte, houve o uso inadequado de pastagens, como adoção de espécies que não se adaptam à região e da monocultura. “Temos aqui características que requerem atenção, como o clima quente e alta umidade. O uso de um único tipo de variedade e da variedade inadequada faz com ocorra a morte súbita de pastagem e, consequentemente, os índices de produtividade caem, o boi não tem a terminação correta e os prejuízos aparecem”.
Segundo Aguiar, consultar um profissional também é indispensável para garantir a aplicação correta dos investimentos. “Às vezes o produtor faz esforço para melhorar os resultados, investe, mas recorre a um especialista e com isso há perda de dinheiro pela utilização de tecnologia incorreta”.
O presidente do Fundo da Bovinocultura de Corte (Fabov), Jorge Pires, participou do Encontro e destacou a importância de o pecuarista se informar e aderir às novas oportunidades. “Hoje, o futuro do desenvolvimento econômico do Estado está nas mãos dos pecuaristas. Somos nós que iremos abrir possibilidades para aumentar as áreas de agricultura e somos nós que vamos fazer isso. Não precisamos sair da atividade, temes a tecnologia, vamos integrar e assim melhorar a renda e a produtividade da pecuária”.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
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