Publicado em: 22/06/2023 às 15:10hs
Além do nome, as propriedades compartilham da mesma experiência há uma semana. Nelas nasceram as primeiras bezerras do programa ATeG + Genética desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). A Crioula, nasceu no dia 12 junho, e a Modelo, dois dias depois. Elas abriram a temporada de nascimentos da primeira rodada de inseminações do projeto na cadeia de pecuária de leite.
O ATeG + Genética surgiu no intuito de melhorar os indicadores das propriedades, aumentar a produção e consequentemente a renda dos produtores rurais. Foram realizadas inseminações artificiais em propriedades de bovinocultura de leite e de corte, atendidas pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar-MT, e sem qualquer custo aos produtores.
Em Comodoro, o bovinocultor de leite Ronaldo Mendes ficou encantado quando viu que o animal era fêmea. “A gente pensou que ia nascer um machinho, mas quando vimos que era fêmea ficamos apaixonados, porque a cria fêmea facilita muita coisa. Sem falar que a Crioula é uma bezerra muito bonita”.
O produtor afirma que o projeto veio em boa hora, já que o sêmen de um touro de qualidade não é acessível aos pequenos produtores rurais. “Há alguns anos já cheguei de pagar R$ 200 em um sêmen de touro Nelore, mas a gente tem um plantel pequeno e não consegue manter. Por isso, a gente acabava comprando de touros mais baratos e de qualidade menor. Com o programa trazendo sêmens de touros de qualidade foi um presente muito grande. Foi bom demais”, destaca.
Em Rio Branco, Adauto de Oliveira, ficou surpreso com o nascimento da bezerra que estava previsto apenas para o dia 16. “Ficamos muito felizes em termos um dos primeiros nascimentos pelo projeto e ainda mais sendo fêmea, de mãe 5/8 de GIR e Touro Holandês Black Jack”, destacou o produtor que ainda aguarda o nascimento de mais dois animais da primeira rodada de inseminações.
A inseminação artificial é realizada na propriedade há 12 anos, mas sempre via contratação particular. A oportunidade do projeto, segundo Adauto, viabilizou mais a atividade. “Com essa iniciativa, diminuímos custos e mantivemos a qualidade dos animais, o que viabilizou ainda mais a nossa produção”, afirmou.
Na propriedade de Adauto, o atendimento da ATeG ocorre com a parceria do Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos. Segundo o técnico de campo credenciado ao Senar-MT, Alessandro Nogueira, já estão começando a nascer os animais nas outras 21 propriedades rurais que também participam do programa na região e os resultados têm sido positivos. “O projeto trouxe vários benefícios ao produtor como o diagnóstico gestacional, a diminuição do intervalo entre partos e o melhoramento genético do rebanho”.
Segundo o profissional, a ATeG está dando suporte para que os animais cresçam saudáveis. “Através das orientações, os produtores estão fazendo protocolos nutricionais e sanitários para que tenhamos uma futura matriz saudável e reprodutiva”.
Em Comodoro, Ronaldo Mendes é atendido pelo técnico de campo credenciado ao Senar-MT, Ransvagner Garcia. Segundo o produtor rural, além do programa de genética, a ATeG do Senar-MT tem auxiliado no manejo da propriedade. “Antes a gente não fazia muita gestão das coisas. Depois que o nosso técnico nos ensinou, compramos até sal direto da fábrica e por um preço melhor”.
O ATeG + Genética teve início em setembro de 2022 e contou com uma consultoria contratada para realizar as inseminações. Nestes nove meses de projeto, foram beneficiados mais de mil bovinocultores de leite e de corte em Mato Grosso. Dados levantados pelo analista Andrei Zeni indicam que, ao todo, foram inseminados 9.830 animais na pecuária de leite e 6.840 animais na pecuária de corte. Tudo realizado sem qualquer custo aos produtores rurais.
Segundo a médica veterinária e supervisora da ATeG, Jéssica Gonçalves, esse foi um projeto piloto e agora passará por reestruturação para que seja ainda mais eficaz. “Sabemos que muitas variáveis interferem na reprodução dos animais e precisamos analisar e melhorar essa metodologia. O intuito vai além de levar tecnologia, mas também estimular os produtores a medirem dados dentro da propriedade para que consigam entender o processo e caminhar sozinhos”, destaca.
Fonte: Senar - MT
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